Imagem da Ilha

Foi assinado na manhã de sexta-feira, 01 de novembro, o termo da adoção de área pública do terreno do Forte São Luís, uma área de quase 2.000 metros quadrados, localizado entre as avenidas Jornalista Rubens de Arruda Ramos (Beira-Mar Norte) e Mauro Ramos, esquina com a rua Bocaiúva. O local, que anteriormente pertencia ao exército, foi cedido para a Prefeitura de Florianópolis em dezembro de 2016. O Beiramar Shopping, como adotante, fica responsável pela transformação do espaço em uma área de convivência pública. Dentro do cronograma de execução, as obras devem ter início ainda este mês, e a previsão é de que a nova praça seja entregue à sociedade no primeiro semestre de 2020.

O projeto paisagístico, assinado pela arquiteta Juliana Castro, pretende criar um lugar capaz de ser referência para moradores e visitantes de Florianópolis. “Entendemos que a localização privilegiada nos permite trabalhar com elementos paisagísticos especiais com plasticidade marcante e que remetam à história do lugar”, explica Juliana Castro.

A arquiteta detalha o que será desenvolvido para a nova praça. “Queremos dar valor à história de forma não literal. O objeto central que projetamos tem a água como destaque. Sua forma circular com caminhamento em direção ao centro representa nossa ilha rodeada de água por todos os lados e com mais água no centro, seu coração. Propositalmente o objeto cava o solo levando a mensagem do passado supostamente ali enterrado. E mais, neste caminho em direção ao coração os visitantes podem ler traços da história gravada na pedra que cobre o piso”, justifica. O projeto também apresenta ao público elementos lúdicos como água em movimento, brinquedos, poltronas confortáveis para admirar o belíssimo pôr do sol, bem como muitas árvores nativas da ilha para que seja de fato um lugar acolhedor.

Walter Silva Koerich, membro do conselho do Beiramar Shopping, relembra que o local já foi mar um dia, já abrigou o Forte São Luis da Praia de fora, já foi um lugar de feiras e encontros e passou muito tempo esperando ser novamente ocupado. “É um um espaço ímpar, muito especial e há muito tempo queremos transformá-lo em um local histórico para a cidade”, destaca. E completa: “o centro de nosso projeto é resgatar a história como forma de referendarmos nosso passado e o faremos com um espelho d’água”, explica o empresário Walter Silva Koerich.

A nova praça ocupará cerca de 1.200 metros quadrados do total da área, para que uma parte do terreno seja preservada, em virtude da possibilidade da existência de resquícios arqueológicos do Forte São Luís. “Um radar de penetração de solo detectou algo de diferente na região, uma estrutura abaixo da superfície, que pode se tratar das ruínas do que um dia foi o Forte São Luís da Praia de Fora, portanto os estudos arqueológicos vão continuar”, comenta o empresário Walter Silva Koerich.

O prefeito Gean Loureiro destacou a importância do novo equipamento urbano para a cidade. “Existe uma integração de toda a sociedade civil, empresários, sociedade e poder público para que tudo isso aconteça. Essa praça é uma grande conquista, uma questão de décadas que está sendo realizada para o proveito da comunidade”, disse. E ressaltou também o Programa Praça Viva, iniciativa da Prefeitura da Capital lançada este ano, voltada à reforma e à revitalização de espaços públicos municipais - praças, parques infantis, quadras de esportes e academias de ginástica de todas as regiões da cidade.

Uma das grandes parceiras e incentivadoras do projeto é a Associação FloripAmanhã, que acompanhou todas as tratativas junto à Prefeitura de Florianópolis, Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e demais órgãos competentes. “A praça é uma conquista de todos, uma vitória para a sociedade”, diz Anita Pires, presidente da Associação FloripAmanhã.

Atuação social

Não é de hoje que diversos espaços urbanos de Florianópolis recebem melhorias através de parcerias público-privadas. Um bom exemplo disso é o Projeto Boa Praça, da WKoerich Imóveis. Já são quase 30 mil metros quadrados em projetos de praças, espaços públicos e alargamentos de ruas revitalizados pela empresa, beneficiando a qualidade de vida de toda a comunidade. O Mirante da Ponte Hercílio Luz, a Praça Dom Pedro I (junto ao Hemosc), o Largo Benjamim Constant, no Centro, e o Projeto Mocotó Cor, no Morro do Mocotó, foram algumas intervenções realizadas. “Esse projeto não para, estamos em contínua evolução”, destaca o empresário Walter Silva Koerich.

A WOA empreendimentos imobiliários é outra empresa que propõe um novo conceito no setor imobiliário ao sugerir uma atuação social e sustentável na promoção de uma cidade melhor. Projetos de revitalização de praças e ruas estão entre as melhorias realizadas em pontos públicos da Grande Florianópolis. As praças Governador Celso Ramos, na Avenida Beira-Mar Norte, e Getúlio Vargas (Praça dos Bombeiros, no Centro), são bons exemplos disso.

Espaço histórico

Construído em 1770, durante o governo de Francisco Souza de Menezes, o Forte São Luís tinha importância estratégica para a Coroa Portuguesa como parte do sistema de fortificações da Ilha de Santa Catarina. Edificado no antigo bairro conhecido como Praia de Fora, tinha como função básica evitar a pirataria e o contrabando na baía Norte. O Forte era composto por uma bateria, quartel da tropa, quartel do comandante e cozinha, todos em uma só edificação. A casa de pólvora ficaria mais isolada, próxima da praia. Em 1839, a área do Forte teria sido vendida e quase foi transformada em um largo com fonte pública. As edificações teriam sido demolidas em 1928, quando foi aberto o último trecho da avenida Mauro Ramos.

Com base em informações cartográficas, muitas datadas do século 18, o terreno é dado como a provável localização do sítio arqueológico denominado Forte São Luís. Por outro lado, um parecer técnico do Ipuf (Instituto de Planejamento Urbano de Florianópolis) aponta que as edificações se estendam para além do terreno, abrangendo parte da avenida Mauro Ramos e praça Lauro Müller.

Desde 1955, o local é reconhecido legalmente como Praça São Luís. A partir deste período, o local chegou a abrigar uma feira livre.

Da redação