00:00
21° | Nublado

Missão animal
Conheça a rotina dos cães do Corpo de Bombeiros de Santa Catarina

Em Brumadinho (MG), o trabalho intenso dos cães ao lado dos bombeiros exigiu um grande cuidado físico e mental (Foto: Divulgação/CBMSC)

Publicado em 20/04/2019

O Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina (CBMSC) é destaque em busca e resgate utilizando os cães. Sua capacitação na área é reconhecida em todo o Brasil, o que leva a corporação catarinense a colaborar também em situações de risco em outras regiões do País. Quem não se lembra de sua participação tão essencial no resgate às vítimas da barragem de Brumadinho (MG), no final de janeiro? O trabalho intenso dos cães ao lado dos bombeiros nesse episódio e em todos os que eles participam, exige um preparo muito especial e a saúde em dia, já que utilizam todo seu vigor físico para atividades tão desafiantes.

De acordo com o CBMSC, o treinamento dos animais é feito exclusivamente com feedback positivo, sem quaisquer maus-tratos, tanto na questão de obediência, quanto a parte técnica. "Os condutores, a coordenadoria e a equipe de saúde animal estão sempre em contato e acompanhando os cães, com trocas de informações, para prevenir doenças e manter a saúde física e também mental dos nossos animais. Cada cão tem o veterinário de confiança nas suas cidades, mas mantemos um acompanhamento conjunto, para segurança do cão”, explica a médica veterinária do CBMSC, soldado Andreza Amorim Moares.
Durante as buscas em Brumadinho, na segunda participação do cão Iron, um espinho perfurou a pata dianteira direita do animal, exigindo uma cirurgia de emergência para a retirada. Iron foi o único animal que se feriu durante a missão, mas o pronto atendimento fez a diferença. A cirurgia de remoção foi realizada em um hospital de campanha, montado no local, por uma equipe de médicos veterinários. Além disto, o tutor de Iron, soldado Josclei Tracz, também é veterinário e acompanhou todo o procedimento ao lado do companheiro. Para substituição, os cães Hunter e Barney foram acionados novamente para continuar a missão.

A escolha por labradores

Atualmente, a corporação conta com sete cães da raça labrador, certificados pela Organização Internacional de Cães de Resgate. A escolha pela raça é feita por conta do olfato apurado, além do temperamento dócil, entre outros fatores. “Os cães vivem na casa dos seus tutores, são socializados e treinados diariamente. Muitos convivem com crianças. Mais do que uma eficiente ferramenta de busca, eles são parte da instituição e da família do bombeiro condutor”, diz a soldado Andreza.
Todos eles são de uma mesma linhagem de labradores, com uma árvore genealógica que apresenta uma genética favorável para o desenvolvimento das atividades. “Nosso processo de seleção de filhotes é bem complexo. Começamos a análise a partir dos pais, escolhendo aqueles animais com o perfil que desejamos e cruzamos sempre os melhores, dentro do nosso parâmetro e com toda segurança necessária aos animais. Além dessa seleção, também são escolhidos aqueles que não possuem probabilidade de terem problemas genéticos”, destaca o coordenador da atividade no em Santa Catarina, tenente-coronel Walter Parizotto.

Em torno dos oito anos de vida os labradores são aposentados das buscas e passam a trabalhar apenas na cinoterapia, que é a terapia assistida por cães em hospitais, além de treinarem os outros cães para a atividade de busca e salvamento.