Maricultura se destaca com inovação e tradição de Leo e Luiz Carlos Costa
Legado familiar impulsiona a economia e a produção de moluscos em Santa Catarina
No Dia do Maricultor, celebrado em 18 de agosto, Santa Catarina destaca-se como uma referência nacional na produção de moluscos. Com 356 maricultores ativos, o estado gera cerca de 1.500 empregos diretos, sendo responsável por 70% da produção nacional. Esse marco na economia catarinense começou a se desenhar no final dos anos 1980, quando a Epagri e a UFSC introduziram a maricultura com o objetivo de complementar a renda dos pescadores artesanais. Hoje, a atividade é fundamental em 12 municípios costeiros, consolidando Santa Catarina como o maior produtor de moluscos do Brasil.
Esse cenário promissor também reflete a passagem do ofício de pai para filho, como é o caso de Leonardo Cabral Costa, de 45 anos, que cresceu em Florianópolis ao lado do pai, Luiz Carlos, um dos pioneiros na criação de mexilhões na região. Luiz Carlos, conhecido como Seu Caio, foi fundamental para o desenvolvimento da maricultura em Santo Antônio, no Norte da Ilha. Inspirado pelo trabalho do pai, Leo expandiu a produção, incluindo ostras e macroalgas, além de ingressar nos setores de gastronomia e turismo, com seu próprio frigorífico.
Para alcançar esse nível de sucesso, Leo modernizou todo o sistema de produção, o que lhe permitiu otimizar a ocupação de seus seis hectares de área marinha. Hoje, a ostra é o carro-chefe de sua fazenda, com uma produção anual de 2 a 3 milhões de unidades para consumo em seu restaurante, além de 8 a 11 milhões para venda e engorda em outras fazendas.
O restaurante, que começou como uma pequena petiscaria em 1998, teve um papel crucial na promoção da ostra, que na época ainda não fazia parte da culinária local. "Nós tivemos que ensinar as pessoas a apreciar a ostra. Naquele tempo, o peixe era a estrela dos cardápios, e oferecíamos a ostra como cortesia para introduzir esse fruto do mar à clientela", lembra Leo, orgulhoso de sua trajetória e da profissão que herdou do pai.
De acordo com Leo, o amor pela atitude herdada do pai foi o que motivou a continuidade do trabalho, especialmente considerando o impacto significativo da Fenaostra, que não apenas deu notoriedade ao produto, mas também impulsionou a evolução da cadeia produtiva das ostras. "Foi extremamente importante a interação entre o setor produtivo e a academia," destaca ao mencionar a colaboração com a UFSC, que fortaleceu o vínculo entre pesquisa e prática. No entanto, a poluição e a forma como a mídia retrata as notícias sobre a maricultura surgem como novas preocupações, exigindo atenção constante para a sustentabilidade do cultivo.
A história de Leo e Luiz Carlos é apenas um exemplo de como a maricultura transformou vidas e fortaleceu a economia de Santa Catarina, perpetuando uma tradição que se renova a cada geração.
Da redação
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