Mais vida ao Monte Serrat
Local onde foi construída área de lazer faz parte da história da cidade e abriga o primeiro reservatório de água da Ilha
A comunidade do Monte Serrat, na região Central de Florianópolis, ganhou mais qualidade de vida e bem-estar nessa quarta-feira, 07 de agosto, com a inauguração da primeira praça da região. Localizada no terreno da Caixa d’água, a praça é o produto de um trabalho desenvolvido há anos pelo Instituto Vilson Groh na comunidade, que alia meio ambiente, trabalho e turismo.
O terreno da Caixa D´água está numa área histórica, onde fica o primeiro reservatório de água de Florianópolis, denominado, por isso, de R Zero (R0), inaugurado em maio de 1910. O terreno de 7.023 metros quadrados, herdado pela Casan, foi cedido à prefeitura em 31 de outubro de 2013 para “uso gratuito como área de lazer e convivência”. Em setembro de 2018 a Fundação Municipal do Meio Ambiente (Floram) e o Instituto Vilson Groh (IVG) firmaram um termo de cooperação de adoção de área pública. O reservatório continua até hoje em operação, abastecendo parte dos bairros Centro, Saco dos Limões e Agronômica.
O IVG assumiu o compromisso de executar, sob a modalidade de responsabilidade total, a título de cooperação com o município de Florianópolis, os serviços de manutenção, conservação e outras melhorias dos equipamentos de cultura e lazer, ajardinamento e outras melhorias na área verde localizada no terreno da Caixa d'água, na rua General Nestor Passos, esquina com General Vieira da Rosa. “Criamos um parque, preservando toda a área tombada, com play, academia ao ar livre, uma bica carioca e uma pista para caminhada”, destaca padre Vilson Groh.
Projeto desenvolvido por muitos
O projeto foi desenvolvido por um grupo multidisciplinar, com pessoas de diferentes competências e áreas de atuação, e teve início em junho de 2017. Foram realizadas reuniões de trabalho com as lideranças, pesquisas de campo e oficinas com as crianças e adolescentes para definição das prioridades e interesses deles para o local. A partir desses estudos, o projeto foi desenvolvido, reforçando a importância do espaço público na construção do indivíduo. A WOA Empreendimentos Imobiliários, parceira do IVG desde 2010, foi a responsável pela execução do projeto.
Entretanto, a proposta vai além da criação de um espaço de convívio para a população. “A beleza rompe a bruteza. Queremos fazer com que essa comunidade também batalhe cada vez mais por sua qualidade de vida, mostrar a esse capital social as possibilidades de ser incluído no mercado de trabalho por meio de ações que destaquem o que temos de melhor aqui na comunidade do Monte Serrat”, destaca Groh.
Incentivando o turismo local
A intenção é incentivar o turismo e mostrar as ‘belezas’ do bairro. “O que falta na nossa sociedade são conexões, elos que façam as realidades opostas se integrarem e é essa a nossa proposta. Criar oportunidades na comunidade do Monte Serrat, criando espaços para o artesanato local, com as produções que nascem no morro e lincando com o ambiental e o horto florestal que temos aqui no maciço, além, de num futuro próximo, criarmos uma via gastronômica”, explica o padre Vilson. Mais do que a revitalização das áreas, o objetivo, segundo ele, é chamar a atenção da sociedade e dos órgãos competentes para a realidade da comunidade. “Como diz o padre Vilson, sim, a beleza vence a bruteza, mas a beleza não apenas pela estética, mas pelos atos, pelo propiciar a esta comunidade uma nova oportunidade de ser a própria protagonista de sua história”, destaca Walter Silva Koerich, diretor da WOA Empreendimentos Imobiliários.
A arquiteta Silvia Lenzi, que faz parte do Movimento Traços Urbanos, que integra o projeto na área da arquitetura paisagística, ressalta que “a proposta é criar a possibilidade de mostrar a beleza e a cultura que o morro tem, seja com intervenções arquitetônicas, como é o projeto de espaço de convívio no terreno da Caixa D´água, seja com intervenções pontuais como a criação de varandas nas casas para montar pequenos bistrôs, por exemplo, que possibilitem mostrar as delícias e potenciais da gastronomia do Monte Serrat”, observa.
Da redação