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Filme candidato ao Oscar resgata história quase oculta
'Ainda Estou Aqui' já foi assistido por 1 milhão de pessoas

O filme resgata a história de uma família diretamente afetada pela repressão durante os anos de chumbo. Na foto-cartaz do filme, o olhar de Eunice Paiva (Fernanda Torres) traduz a essência da obra. (Foto:Divulgação Sony Pictures). CLIQUE NA FOTO PRA AMPLIAR

Publicado em 19/11/2024

O olhar de Eunice Paiva (Fernanda Torres) nessa foto-cartaz do filme “Ainda Estou Aqui” traduz a essência da obra. Enquanto uma família sorri, feliz e unida, na praia em frente à casa onde moram, o olhar dela, da mãe de cinco filhos e também mulher de Rubens Paiva, está voltado ao terror que atravessa diante de seus olhos na Avenida Atlântica: um caminhão aberto de milicos armados atravessando o fim de semana com ameaças ao terror que está impositivamente colocado a toda sociedade brasileira.

Ditadura, anos 70. Filme genial e necessário. Nada que eu disser aqui será melhor ou diferente das impressões sensíveis ou das emoções afloradas por quem já assistiu ao filme. Mas a sessão a que fui hoje, em plena manhã de feriado, no @paradigmacinearte, me fez revisitar a minha própria infância. Helicópteros verde-militares em voos rasantes e intimidadores sobre crianças, estudantes e famílias que sequer entendiam a página infeliz da história que o Brasil passava a viver. Lembro de estar fazendo trabalho de escola na casa de amiguinhos e minha mãe vir me resgatar porque o “clima estava esquentando”. Quase todo final de tarde era assim. Gente sendo caçada, presa, torturada. Gente que sumia pra nunca mais. Muitos nem sem saber o porquê.

O filme, à sombra do desafio de contar essa triste história sob a ótica de uma das milhares de famílias vítimas do excesso e do desrespeito, é um espetáculo cinematográfico. Figurinos, cenários, diálogos e referências musicais constróem o mais perfeito ambiente vivido na época. É uma especie de transporte sensorial. Chorei por todos nós. E vibrei por algo assim ter sido produzido pra que a gente grite e tenha sempre em mente: esse Brasil, nunca mais!  

A trilha sonora: “Fora da Ordem” (1991), de Caetano Veloso, no álbum “Circuladô”. 

A letra aborda a desigualdade, a violência urbana e a sensação de caos que permeia a sociedade, sugerindo que algo está errado com a ‘nova ordem mundial’, um termo que se refere ao cenário geopolítico pós-Guerra Fria.
A música volta agora com força total na trilha sonora do filme “Ainda Estou Aqui”, de Walter Salles, inspirado na obra de Marcelo Rubens Paiva.

ONDE ASSISTIR: Paradigma Cine Arte, todos os dias as 18:15 h 

 

Escrito pela Jornalista Karin Verzbickas, que faz a resenha com depoimento pessoal sobre o filme.

 

 

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