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Exposição reflete resistência e cultura negra
A Galeria de Arte Ernesto Meyer Filho abriga obras que revelam as lutas e conquistas da população afro-brasileira

A mostra é uma oportunidade para refletir sobre as influências históricas e culturais da população negra em SC. (Foto: Vicente Schmitt/Agência AL)

Publicado em 25/11/2024

A mostra institucional “Confluências Artísticas e Estéticas com o NEAB” foi oficialmente aberta nesta segunda-feira (25) na Galeria de Arte Ernesto Meyer Filho, no hall da Assembleia Legislativa de Santa Catarina, onde fica até sexta (29). As obras destacam a história, a cultura e as trajetórias da população de origem africana, afro-brasileira e afro-catarinense, por meio das produções artísticas de três discentes da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc) associadas ao Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros (NEAB). A proposição da mostra foi feita pelo deputado Marcos José de Abreu – Marquito (PSOL).

A mostra na Alesc foi idealizada pelo deputado Marquito e organizada com o apoio do NEAB, destacando o trabalho de grandes artistas.

 

“Confluência é o nome dessa exposição. Confluência que busca, de todas as formas, reunir pessoas negras e não-negras para podermos pensar em transformações na sociedade catarinense. Um dos nossos compromissos, enquanto NEAB, é justamente a disseminação da história da população negra no Brasil e em Santa Catarina, mas também fazer a formação cidadã e fortalecer os espaços de ocupação de pessoas negras em todas as áreas”, disse a coordenadora do NEAB, professora Maria Helena Tomaz, na cerimônia de abertura.

“Agradeço ao Núcleo Negro Professora Jeruse Romão, que tem conduzido a pauta racial no nosso mandato. Temos muito a avançar na igualdade racial. E sei que, como pessoa não-negra, tenho tarefas a desempenhar nessa construção”, ressaltou Marquito. Em novembro, mês da consciência negra, o mandato do deputado realizou diversas ações, como entrega de homenagens e proposição do projeto de lei que institui a Política Estadual de Saúde Integral da População Negra.

Obras conectam passado, presente e futuro

As fotografias são da artista Karen Christine Ferreira e apresentam um olhar sensível para as lutas das comunidades negras. Letícia Couto traz traços e cores que retratam mulheres negras em suas telas. Maria Eduarda Corrêa desenhou e deu vida a vestimentas étnicas usando tecidos e acessórios que narram identidades e tradições afro-brasileiras.

Maria Eduarda destaca o impacto da representatividade em suas criações: “Na comunidade negra, tivemos nossas histórias e saberes apagados e diminuídos. Empoderar-se da nossa história, estética e conhecimento é um passo gigante para se apropriar de si mesmo. Como estudante de moda, estudar a estética negra e criar espaços para falar sobre nós e minha cultura (que eu conheço a cada dia) é uma forma de me representar, me ver e fazer outras pessoas serem representadas e vistas.”

A exposição é permeada pelo ideograma africano Sankofa, um símbolo Adinkra que significa “voltar ao passado para construir o futuro”. Representando ancestralidade, conhecimento e reconhecimento da identidade de um povo, o Sankofa fazia parte da cultura dos escravizados africanos trazidos de Gana, Togo e Burquina Fasso para o Brasil no período colonial.

Confira a fala da coordenadora do NEAB, professora Maria Helena Tomaz sobre a exposição.

 

 

Da redação

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