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Ela faz tudo pelos animais
Conheça a história da bióloga Rosa Elisa Villanueva

Em maio de 2021, Rosa parou a BR-101 para salvar um porquinho, que recebeu o nome de Baby Pig. Resgate ganhou repercussão nacional (Fotos: Acervo pessoal) **Clique para ampliar

Publicado em 25/01/2022

O amor pelos animais existe desde criança e só aumentou com o passar dos anos. Nascida no Peru, Rosa Elisa Villanueva, 60, chegou ao Brasil em 1976, e escolheu Florianópolis para morar. Desde então, ela volta o seu olhar para os animais da cidade e também dos municípios vizinhos. Em 2021, um resgate feito por Rosa virou notícia nacional, quando ela parou a BR-101 para resgatar um filhote de porco que caiu de um caminhão em movimento.

Formada em biologia, Rosa é consultora socioambiental. Na década de 1990, ela trabalhou na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), e lá, resgatava e cuidava dos cães abandonados no local, assim como fazia quando era pequena em sua cidade natal. “Sempre viajei muito, a trabalho ou a lazer, e cuidava dos animais nas regiões em que eu visitava. Oficialmente virei ‘protetora’”, conta.

Rosa atua diretamente nas comunidades do entorno de sua casa, no Montserrat, e também atende aos chamados de várias pessoas que ligam pra ela pedindo orientação sobre casos de animais que estão doentes, são vítimas de maus tratos e/ou estão abandonados. “Eu trabalho sob o olhar da saúde única, que preconiza que a saúde das pessoas está intimamente relacionada à saúde dos animais, de companhia, de produção, silvestres e do ambiente. Trabalho promovendo a guarda responsável, apoiando e auxiliando os tutores”, explica.


Rosa presta auxílio aos animais e seus tutores

Dentro do conceito de guarda responsável, Rosa destaca que está inserido o controle populacional através da castração. Diariamente ela presta auxílio a tutores de cães e gatos das comunidades em que atua, levando os animais até a clínica veterinária para que sejam castrados. Vários momentos de suas atividades ela disponibiliza em seu perfil do Instagram. “Eu sou a única protetora de campo aqui em Florianópolis e atuo direto em muitas comunidades no meu entorno”, destaca.
 


Rosa defende o controle populacional de animais através da castração. Com frequêcia, ela reúne cães e gatos e os leva até a clínica veterinária para que sejam castrados


Rosa conta que investe sempre no lado positivo das situações que acompanha e que os casos considerados ruins são a minoria. Atualmente, ela é responsável por 35 gatos e 30 cães. Muitos desses animais apresentam sequelas de acidentes, doenças ou maus tratos.

O caso que virou manchete nacional

“Eu estava passando pela BR-101, em São José, quando um animal caiu na minha frente e eu não sabia o que era. Eu estava com a minha colega dirigindo o carro e fiquei desesperada. Pedi para ela parar. Saí do carro com o meu celular na mão, gritando, e comecei a ligar para a concessionária da rodovia (Autopista Litoral Sul) para pedir socorro”, conta Rosa.

Parece história de filme. Era um domingo à tarde de maio de 2021. Desesperada, Rosa conta que chorava e gritava na ligação. Enquanto havia um movimento intenso na estrada, ela só queria salvar aquele animal que caiu. Logo identificou que se tratava de um filhote de porco que caiu bem ao lado do muro de concreto que divide as pistas. Ao verem o movimento de Rosa, alguns motoqueiros que estavam na marginal pararam para perguntar o que estava acontecendo. “Eu já tinha tentado atravessar a pista pra pegar o porco, mas não dava. Aí os motoqueiros conseguiram parar os carros para que eu pudesse resgatá-lo”, conta.

Somente após o resgate feito por Rosa, o carro da Autopista chegou ao local para ver do que se tratava. “A funcionária (da Autopista) disse que eu não deveria ter feito o resgate e que eles iriam cuidar do porco. Mas eu não o entreguei pra eles. Fui junto até a base da Arteris e não me deixaram entrar. Depois de meia hora com o porco no colo – e ele estava com a pata quebrada -, uma me disse que, se eu resgatei, eu era a responsável pelo animal”, conta. Rosa gravou em vídeo o que ocorreu e postou em suas redes sociais.

A partir daí, a bióloga assumiu os cuidados com o porco, que recebeu o nome “Baby Pig”, e o levou diretamente a uma clínica veterinária que se dispôs a ajudar. No dia seguinte, Rosa fez dois boletins de ocorrência, um contra a empresa que derrubou o porco, e outro contra a Arteris, que negou o atendimento, e depois registrou a ocorrência no Procon Estadual.

Porquinho ativista

A partir desse caso, o Procon criou uma nota técnica que exige que todas as concessionárias de rodovias catarinenses prestem socorro a todos os animais que estão nas rodovias. “O Baby Pig virou ativista junto comigo”, disse Rosa.

Após ser operado e ficado em observação, Baby Pig foi levado para um sítio de uma veterinária especializada em porcos, em São Paulo (SP), até recuperar os movimentos da pata, e hoje está sob a tutela de um santuário de animais também em SP.

Leishmaniose não é pena de morte

Rosa está à frente de um movimento que defende os cães portadores de Leishmaniose, uma doença infecciosa causada por parasitas. Ela estuda o assunto desde a década de 1980, quando estava na graduação, e depois, no mestrado. Na época, conta que presenciou muitos casos em que os animais foram mortos após serem diagnosticados com a doença, sem terem a chance de receberem tratamento. Ela viaja pelo Brasil para participar de eventos relacionados ao tema.

Saiba mais sobre o trabalho da Rosa acessando o seu perfil no Instagram AQUI.

Texto escrito por Gabriela Morateli dos Santos

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