Educação muda vida de jovens
Famílias fazem avaliação do programa Bairro Educador
Um programa que está impactando positivamente a vida das pessoas, principalmente em crianças e adolescentes. Essa é a avaliação dos pais dos estudantes que participam do Programa Bairro Educador.
Kauê, 13 anos, mudou-se com a família do bairro Rio Vermelho para o Monte Verde. Sentia-se triste e isolado, sem conhecer outras pessoas na nova região. Foi aí que a mãe dele, Cátia Constante, procurou a sede do Bairro Educador, uma vez que o filho queria realizar um sonho: de praticar jiu-jitsu, modalidade oferecida em uma das oficinas do local. “Cheguei no centro comunitário do bairro Monte Verde, sem esperança de conseguir uma vaga e fui bem recebida pela equipe do Programa. Eles me disseram que iam me ajudar. Até chorei de emoção, pois eles me trataram com um carinho que hoje não se encontra mais”.
Hoje, Kauê está matriculado no jiu-jitsu e bastante feliz. Só fala sobre a aula. Quando acorda, quando vai dormir, toda a hora é o mesmo tema, revela a mãe. “Ele até me põe para lutar com ele. Ele está transformado, pois fala com entusiasmo do que aprende no Bairro Educador”.
Assim como Cátia, pais dos alunos do Programa implantado pela Prefeitura de Florianópolis, por intermédio da Secretaria Municipal de Educação, participaram de reuniões avaliativas nas quatro sedes com os organizadores, entre os dias 22 a 29 março. Os quatro encontros serviram para famílias, professores, dirigentes e colaboradores se conhecerem e fortalecer o elo em busca de uma educação transformadora proposta pelo Programa Bairro Educador, que acontece nos bairros Monte Cristo, Monte Verde e nos morros da Mariquinha e Mocotó.
Nas reuniões, os pais agradeceram a equipe técnica, deram sugestões e falaram sobre o que pensam sobre o Programa, que atende gratuitamente nas quatro sedes 1.013 pessoas nas 43 oficinas, dentre elas: apoio pedagógico, basquete, boi de mamão, surf, leitura, dança, beach tennis, capoeira, corte e costura, ginástica, jiu-jitsu, karatê, taekwondo, voleibol, futebol, handebol, grafite, entre outras.
Caminho certo
Para Bruno Becker, superintendente do Bairro Educador, foi necessário realizar reuniões periódicas com as famílias com o intuito de analisar os resultados desse programa de educação complementar, sobre o impacto que ele causa na vida das pessoas e para identificar possíveis melhorias e fortalecer os vínculos com a comunidade. “O resultado foi incrível. Tivemos uma ampla participação das famílias, ouvimos relatos emocionantes e tivemos a certeza de que estamos no caminho certo”.
Mudanças para uma vida melhor
Maria Eduarda, 7 anos, tem duas doenças raras no sangue. Sofria com o sedentarismo, obesidade, falha na coordenação motora e falta de socialização por conta da doença. Depois que ela começou a freqüentar as aulas de capoeira no Monte Verde, é outra criança, revelou a mãe Alexandrina Barcelos. “Ela é superativa, quer sempre interagir. Agora ela se preocupa em brincar, gastar energia”.
Alexandrina mora no bairro há 30 anos. “Vejo a grande mudança que o Programa está fazendo na região”.
“Meu filho participa da oficina de taekwondo e não dá para descrever a felicidade dele ao ganhar uma medalha em um torneio estadual, por intermédio do Programa. Até a postura dele e a disciplina na vida dele melhorou”, disse Luna Soares, mãe do Guilherme, 8 anos, cujo filho participa das atividades do Bairro Educador no Morro do Mocotó. “Acredito que o Bairro Educador foi o melhor programa que ocorreu nos últimos 30 anos no Morro Mocotó. Antes não tínhamos nada, agora tem um prédio bonito do centro comunitário reformado (onde ocorrem as oficinas) vocês estão de parabéns”, diz Paulo Cesário, pai do Matheus, 13 anos, que freqüenta as aulas de taekwondo oferecida aos alunos do morro do Mocotó.
“Meu filho tinha um desejo: entrar em um curso de surf, mas por conta do valor alto do curso particular nunca pôde. Agora, por meio do Programa, ele está aprendendo a surfar e sem a gente pagar nada. Por isso eu quero agradecer a todos os organizadores por estarem ajudando a realizar o sonho do meu filho”, relatou Ednéia Ventura, mãe do Gustavo, 11 anos, morador do Morro da Mariquinha.
Eliane Alves fez questão de se manifestar numa reunião no Morro da Mariquinha. “Eu não tenho filho no Programa Bairro Educador porque eles não têm idade, mas é maravilhoso ver as crianças aqui, onde moro, me contarem que estão aprendendo a ler, a escrever, a cantar, através do Programa. Antigamente isso aqui era muito difícil pra gente, agora a comunidade está linda. Eu vim para esta reunião só para agradecer”.
Tatiane de Souza, mãe do Igor Gabriel, 11 anos, aluno de jiu-jitsu, do Morro da Mariquinha, desabafou. “Meu filho sofreu muito racismo lá fora e, por conta disso, ele era muito agressivo com tudo, meio rebelde, meio desobediente. Eu tinha receio de perder meu filho para o caminho errado. Mas depois que ele passou a freqüentar a oficina de jiu-jitsu do Bairro Educador, ele passou a ter disciplina, a me obedecer, aprendeu até a respirar para falar. Hoje ele é uma criança totalmente diferente”.
Da redação
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