Dive apresenta cenário epidemiológico da dengue e ações previstas
A preocupação é evitar que os casos resultem em mortes
Gestores da Secretaria de Estado da Saúde e da Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive-SC) estiveram na Comissão de Saúde na manhã desta quarta-feira (6) para apresentar um panorama da dengue no estado e das ações que vêm sendo tomadas para conter a propagação da doença. A explanação atendeu a um requerimento do deputado Sérgio Guimarães (União).
Na ocasião, o diretor da Dive-SC, João Augusto Brancher Fuck, destacou que Santa Catarina atravessa uma situação de proliferação intensa dos focos de Aedes aegypti, o mosquito transmissor da dengue, com 156 municípios infestados. A concentração se dá principalmente nas regiões do Extremo Oeste, Oeste e Norte, mas uma disseminação rápida vem sendo verificada no Vale do Itajaí e Grande Florianópolis, com muitos municípios já entrando na condição de médio e alto risco de transmissão.
Segundo disse, o primeiro registro de dengue no estado aconteceu em 2015, em Itajaí, mas foi nos últimos dois anos que o aumento do número de casos acelerou. E nos primeiros meses de 2024 já foram registrados cerca de 30 mil casos, uma elevação de 570% na comparação com o mesmo período de 2023. Houve também uma mudança no perfil dos afetados, especialmente crianças e adolescentes, sendo verificada também a circulação da doença chikungunya, também transmitida pelo Aedes aegypti.
Diretor da DIVE/SC, João Augusto Brancher Fuck
Segundo disse, a preocupação é evitar que os casos resultem em mortes. Até o dia 4 deste mês já foram registrados 15 óbitos em função da doença, com seis em investigação. “Essa é a nossa grande preocupação e por isso também muitas das ações da Secretaria de Estado da Saúde visam evitar que haja essa escalada no número de óbitos”, Porque o manejo clínico de dengue é de baixa complexidade, com hidratação e atendimento de fluxograma de risco podendo fazer uma grande diferença no curso da doença.
O gestor também enumerou as ações que vêm sendo realizadas desde 2023 para buscar conter a evolução da dengue no estado, realizadas em conjunto pelo Ministério da Saúde, Secretaria de Estado da Saúde (SES) e secretarias municipais de saúde. Foram citados principalmente o apoio técnico aos municípios, por meio das equipes regionais de saúde, formadas por biólogos, enfermeiros, técnicos agrícolas, responsáveis pela realização de treinamentos e capacitações, campanhas e ações de alerta, distribuição de material informativo, de telas e inseticidas e larvicidas, e processamento de amostras no Laboratório Central de Saúde Pública de Santa Catarina (Lacen-SC).
Ele disse que no ano passado o Lacen-SC passou a realizar, de forma pioneira no estado, a vigilância genômica dos agentes causadores da doença. “Então a gente sabe exatamente qual é o genótipo que está circulando no estado, até para poder entender uma mudança neste perfil, o que pode indicar um risco maior de transmissão ou de casos graves.”
Já para 2024, além da manutenção das ações já realizadas, houve a publicação do plano de contingência para a dengue, que foi elaborado em conjunto com a Organização Panamericana de Saúde e Ministério da Saúde, contendo as diretrizes do que deve ser feito na ocorrência do aumento do número de casos da doença.
Conforme Fuck, o planejamento já vem sendo executado, tendo em vista que o estado encontra-se há quatro semanas consecutivas com aumento nos registros e óbitos, afetando mais de duas regiões de saúde.
“Então isso coloca o estado no nível 2 do plano de contingência, com várias ações em andamento, seja o Coes ativado, seja intensificando o monitoramento das ações, seja realizando atividades com os municípios, como visitas e repasse de recursos.”
Para 2024, disse, também estão sendo tomadas iniciativas como reuniões do colegiado do governo, prevendo as ações a serem tomadas por cada pasta, bem como a deflagração de um alerta epidemiológico, com a intensificação das ações de vigilância e assistência à saúde diante do período de maior transmissibilidade da doença.
“O decreto dá duas possibilidades: primeiro que a gente possa intensificar algumas ações que sejam necessárias e, claro, nos garanta até a possibilidade de pleitear recursos ao Ministério da Saúde, o que já foi realizado”.
Foram apresentadas ainda outras ações, como a realização de um seminário sobre o tema, campanhas de comunicação, distribuição de materiais informativos para os municípios, a mobilização Dia D contra a Dengue, e a criação de uma câmara técnica estadual de investigação de óbitos por zoonoses.
“Isso traz transparência para as informações e também permite que façamos uma gestão mais acertada, entendendo o cenário de cada região, de cada município, e executando as ações nesse sentido”, disse.
Por fim, Fuck abordou o processo de vacinação contra a dengue no estado. Segundo disse, até o momento Santa Catarina recebeu 29 mil doses do imunizante, que estão sendo distribuídas para os 13 municípios considerados prioritários pelo Ministério da Saúde, com base no nível de propagação da doença.
“Já foram aplicadas até o dia 4 de março 5.095 doses, com uma cobertura vacinal de 17% desse público de 10 e 11 anos que foi elencado para essa primeira etapa. Mas já começamos a discutir a possibilidade de começar a vacinação também de adolescentes até 14 anos nesses 13 municípios.”
Os municípios em questão estão concentrados na região Nordeste do estado: Araquari, Balneário Barra do Sul, Barra Velha, Corupá, Garuva, Guaramirim, Itapoá, Jaraguá do Sul, Joinville, Massaranduba, São Francisco do Sul, São João do Itaperiú e Schroeder.
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