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Direto da sala de aula
Aluna de universidade tem seu texto publicado no Imagem da Ilha

Alexandra Grotmann assemelha o diretor do Imagem da Ilha, Hermann Byron, ao deus grego Hermes, por sua capacidade de entregar a notícia aos leitores (Crédito de imagem: Reprodução)

Publicado em 05/12/2019

No final de outubro, o diretor do Jornal Imagem da Ilha, Hermann Byron, participou de uma palestra sobre os desafios do jornal impresso na era digital, no Centro Universitário Estácio de Sá, em São José, para a turma do curso de Jornalismo. Na ocasião, ele apresentou aos 40 alunos da disciplina Técnicas de Entrevista Jornalística o conceito do jornal. Após a conversa, os participantes escreveram uma resenha sobre o tema. O professor Antônio Russo nos enviou o texto da aluna Alexandra Grotmann, que teve destaque entre todos os outros.

O cajado de Hermann

Hermann Byron, CEO do Jornal Imagem da Ilha, mas principalmente defensor do antigo e inovador trabalho em conjunto

Alexandra Grotmann, acadêmica de Jornalismo  

Vamos falar sobre um homem. Um homem astuto, virtuoso, um pouco perigoso e um ótimo orador. Estamos falando sobre um mensageiro, responsável pela comunicação em seu mundo. Esse homem é Hermes, uma divindade grega, um mensageiro que ultrapassa qualquer fronteira e distância com o objetivo de entregar sua mensagem. Agora falaremos de outro homem, que muito se assemelha ao primeiro, porém sem as sandálias mágicas e o cajado, mas que divide como principal objetivo a comunicação entre os seus. Hermann Byron é o mensageiro do mundo moderno, que ainda tenta se prender ao antigo, que busca por meio do Jornal Imagem da Ilha manter vivo o fantasma do jornal impresso, para aqueles que ainda preferem sentir o peso do papel em suas mãos e que não se importam só com o conteúdo, mas também com sua forma. O jornalista, que na verdade é formado em publicidade, busca trazer inovações nas pautas, não causar polêmicas e, sim, inovar sem ser totalmente dominado pela modernidade.  

Quais as diferenças entre o Jornal Imagem da Ilha e os outros jornais?

Buscamos situações diferenciadas. Por exemplo, o Outubro Rosa é uma situação que dura o mês inteiro, então buscamos algo diferenciado, como a exposição em alusão ao tema que aconteceu no Beiramar Shopping sobre pessoas que tiveram ou estão em tratamento do câncer de mama. A matéria que fizemos não falou somente sobre a exposição, abordou sobre o conceito do Outubro Rosa, sobre a importância do autoexame, etc. Assim como em novembro falamos sobre o Novembro Azul, campanha de conscientização sobre o câncer de próstata. Então são situações que não são factuais e que temos tempo para desenvolver.

Como acontece a captação dos anunciantes? Vocês utilizam agências de publicidade?

Olha, as agências ligam pra mim quando o proprietário das empresas pedem para ligar, o que acontece raramente. Eu vivenciei somente uma situação no ano passado, em que um outlet ali perto de Porto Belo, daí a agência de São Paulo entrou em contato. Eu tinha toda essa infraestrutura digital, então passei pra ele o site, essa versão online que pode ver o jornal todo, passei os dados do IVC, e com isso ele tiveram embasamento para decisão e fecharam três páginas inteiras no jornal. Mas normalmente eu falo com o dono, o proprietário ou o gerente de marketing,

Como é essa relação entre os valores do jornal e os anunciantes?

Quando a gente aborda temas polêmicos, que até os anunciantes podem estar presentes, a gente vai escutar os dois lados. Essa é uma das partes mais importantes no jornalismo, tem sempre que escutar os dois lados. Nunca buscaremos uma situação de ”olha, esse é meu anunciante, então somente ele fala e pronto”. Não. Ele vai falar, mas eu vou escutar o outro lado.

E sobre as plataformas online? Qual a diferença da versão impressa?

As pautas do jornal impresso serão contempladas na versão online, tanto no site quanto na edição digital. Por exemplo, três vezes por semana enviamos newsletters sobre o conteúdo online para mais de três mil e quinhentos leitores cadastrados.

Qual é a sua opinião sobre o coexistência do impresso e do digital?

Às vezes, quando falamos com os clientes, o gerente de marketing é jovem e tem visão unilateral, a visão de que o mundo é digital. Depende muito do perfil de público. Se o produto é direcionado para jovem, é digital, não tem que fazer nada no impresso. É perda de tempo e dinheiro. Agora se você tem um produto que é direcionado para o perfil de público com faixa etária mais alta, o impresso é o canal de comunicação.    

Como acontecem as definições de pautas?

Fazemos uma reunião de pauta em equipe para todas as edições. E aí vemos o que é destaque e que pode interessar o nosso tipo de público.

Qual é a estrutura da equipe que trabalha no jornal?

Nós temos atualmente dez colunistas, alguns são remunerados e outros escrevem porque gostam. Temos efetivamente uma editora, uma repórter, dois colunistas - um social e um político - e um diagramador. Sempre buscamos colunistas que ofereçam conteúdo diferenciado, pois nós temos o conteúdo que ninguém tem.

As empresas podem pagar para ter uma reportagem?  

Podem. Chamamos de publicidade editorial e isso agrega conteúdo, mostra a importância do negócio em questão. Apenas o anúncio não chama a atenção que a empresa precisa. As agências podem até dizer o contrário. Porém, se o conteúdo editorial está embasando a essa comunicação, o produto terá uma credibilidade muito maior. E é aí que entra a parte jornalística, tanto para assessoria de imprensa, reportagem em veículos impressos e online e um monte de outras coisas.

Qual o segredo da popularidade do jornal?

Eu falo para os clientes sobre a importância de ser diferenciado no mercado. Isso é abordado em um livro muito legal que eu li recentemente, “Estratégia no oceano azul”. O que é o oceano azul? É você ter um produto segmentado a um preço que você decide, e as pessoas vão querer pagar esse preço. A contrapartida é o oceano vermelho, onde todos brigam por preço. E aí é preço contra preço. E aí fica uma guerra. O jornalismo serve para criar situações diferenciadas, para valorizar um produto, elevando para o patamar de um oceano azul. 

Nas lendas, o cajado de Hermes pode ser um símbolo de autoridade, que também representa quem é mensageiro de algo ou alguém. E as serpentes que o adornam expressam a diplomacia e o equilíbrio. Assim, podemos dizer que o cajado de Hermann é o Jornal Imagem da Ilha, constantemente acompanhado de duas serpentes: os valores do próprio Hermann e do jornal, e o interesse daqueles que o ajudam a sobreviver. As duas sobrevivendo em equilíbrio.