Condomínio de Floripa se transforma cenário de filme apocalíptico
Produção colaborativa une moradores e equipe profissional na filmagem do curta que reflete sobre os efeitos do calor extremo e a escassez de recursos
O curta-metragem Heyari (2024), com 20 minutos de duração, aborda as consequências das mudanças climáticas em um conjunto habitacional. Filmado no Condomínio Habitacional Panorama, o maior de Florianópolis, com 5 mil moradores, o projeto contou com a participação de moradores no elenco e na produção. A estreia aconteceu em outubro, com uma exibição para os próprios habitantes.
A história, dirigida por Daniel Leão, vencedor do Prêmio Catarinense de Cinema, mostra como o calor extremo e o avanço do mar forçam os moradores a fugir para a serra. Entre os personagens principais estão Viktor, um ex-garimpeiro que perde sua casa para o mar, e Joana, uma mulher negacionista das mudanças climáticas, que se recusa a deixar o local. Juntos, eles enfrentam uma realidade de escassez de alimentos, comunicação e energia, enquanto a violência e as notícias falsas se espalham.
O filme foi idealizado em 2021, quando Florianópolis enfrentava uma ressaca que destruiu casas no bairro Morro das Pedras. Heyari discute os impactos do calor excessivo nas áreas periféricas das cidades, especialmente sobre os idosos, e a polarização entre aqueles que reconhecem a gravidade da situação e os que negam, alimentados por fake news. Além disso, a produção foi feita de forma colaborativa com os moradores, que participaram de oficinas de atuação e de produção.
Para envolver a comunidade, a produção também gerou impacto local, com trabalhadores do condomínio participando da equipe de gravação e da logística. Itens como móveis e objetos de cena foram alugados de comércios locais, aquecendo a economia da vizinhança. O filme também prezou pela diversidade no elenco, com participação de atores negros, uma atriz surda e um ator cadeirante.
Heyari faz parte de uma trilogia de filmes da produtora Punktu, que tem uma longa relação com o Panorama. O primeiro filme, Panorama (2023), reuniu memórias fotográficas dos moradores, e o terceiro, Três dias, será um docuficção em que os habitantes encenarão momentos marcantes de suas vidas no local.
Da redação
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