Imagem da Ilha

Ele tem segundo grau completo e ainda cedo optou pela vida de pescador. Assim, com suas canoas, Nilo Sérgio Conceição ou “Nilêra”, demonstra seu amor pela Ilha e pelo mar. Ele conta que sempre valorizou muito a sua liberdade de escolha por uma vida sem luxos, mesmo tendo a  oportunidade de cursar uma faculdade. “Meu sonho sempre foi morar em um barco” disse.

Atualmente, quem passa pela Rodovia Haroldo Soares Glavan, no bairro Cacupé, em Florianópolis, nem nota o árduo trabalho deste mestre canoeiro nos fundos do SESC. Nilêra trabalha em uma nova canoa há 8 meses, já que precisa de dias ensolarados para manusear a madeira seca.

Natural do bairro do João Paulo, na Capital, o canoeiro de 65 anos é pescador e escultor de canoas. Para ele, o canoeiro precisa sempre ter sorte com os ventos. Primeiro, porque a madeira utilizada para a confecção da canoa é do Garapuvú, uma arvore nativa que é símbolo da cidade. Portanto, ela tem proteção ambiental e Nilêra só pode utilizá-la se ela cair em decorrência de fenômenos naturais.

No caso do pé de Garapuvú utilizado atualmente, ele informa que recebeu um convite do SESC para a construção da canoa, após uma ventania derrubar a árvore. O vento é fundamental ainda para  fazer a canoa navegar com vela, pela baía. Para Nilêra,“ a vela é a alma da canoa, já que uma canoa sem vela é uma tristeza”. Participante de corrida de canoas, ele lamenta a falta de incentivo a um esporte “tão nativo”, como este. Para fazer uma canoa, o mestre canoeiro, além precisar ter muito cuidado com a madeira, precisa contar com mais de 10 ferramentas muito afiadas.

Nosso personagem também tem na vida algumas outras paixões. Além da família, ele é apaixonado pela música e até compõe nas horas vagas. Conta que já tem umas cinquenta músicas gravadas com parceiros em três CD’s, muitas das quais tendo a canoa como grande inspiradora, já que ela lhe passa paz de espírito.  

A previsão é que Nilêra consiga terminar a canoa até o próximo mês de agosto, já que este ano foi atípico e teve muita chuva em meses que deveria ser de seca.

Assista abaixo aos vídeos, que mostram a evolução na confecção da canoa, clicando:

 Episódio 1, Episódio 2, Episódio 3 e Episódio 4

Da redação

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