Amar pode ser um romance de Miguel de Cervantes, por Paulinho Schuller
O meu aniversário do ano passado resolvi passar no Águas Mornas Palace Hotel, por conta de uma promoção fantástica de uma Semana pagando irrisórios dois dias… com uma amiga russa chamada Rayssa.
Nesse hotel, estávamos acompanhados de uma turma de idosos de Ibirama.
Rayssa teve que ir na terça-feira para desfilar em Milão.
Meu aniversário era na sexta-feira. Eu, agora, sozinho, perdido, nú com a mão no bolso e com os idosos de Ibirama... Bah!
Mas, quem pensa que eles vieram só para ficar nas piscinas quentes... se enganou, meu bem!
Todos os dias acordavam alegres contando piadas carentes, fracas... mas, felizes.
No café da manhã, eram sorrisos abundantes e um fato que chamou a minha atenção...
De mãos dadas cada casal!
Na piscina, eram crianças cândidas, singelas, que me faziam entrar na mofa, na folia desses idosos joviais, radiantes.
No almoço, meu olhar era o mesmo do café da manhã.
Cada casal de mãos dadas!
À tarde, eu e mais eu... lendo Miguel de Cervantes com seu...
“Dom Quixote, um homem de meia Idade que resolveu se tornar cavaleiro andante depois de ler muitos romances de cavalaria... Providenciando cavalo e armadura resolve lutar para provar seu amor por Dulcineia de Toboso... uma mulher imaginária... e consegue também um escudeiro chamado Sancho Pança que resolve acompanhá-lo acreditando que será recompensado...”
Chega a Noite e lá vinha eu e mais eu numa gigante mesa com comidas abundantes...
Depois da sobremesa...
Eu assistia esses idosos de Ibirama dançarem, cantarem e mostrarem para mim o que é se divertir e serem alegres numa idade que eu conjugava perdida... Mas uma pergunta sólida não saia da minha cabeça:
-“O amor não tem explicação ou tem?”
Na sexta-feira, dia do meu aniversário, essa turma de Ibirama fez a maior festa.
Me puseram para dançar com suas esposas e para discursar e, depois, o tradicional:
-“Parabéns pra você
Nesta data querida
Muitas felicidades
Muitos anos de vida...”
Daí, me caiu a ficha:
-“O amor não precisa de receita. Precisa, sim, de amor!”
Depois dessa experiência vivida e envolvente, só faltou...
A MINHA DULCINEIA DE TOBOSO!
Esta crônica é original e de responsabilidade de Paulinho Schuller
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