A fase serena de Helinho Ferreira
Cabeleireiro e comunicador influente na Capital, ele conta como sua vida se transformou nos últimos anos
Nosso Personagem da Semana trocou de vida. Antes, curtia os agitos de festas e carnavais. Hoje, mais tranquilo, ele passa seus dias no conforto de sua casa em um bairro nobre de Florianópolis, passeia com os amigos ou planeja a próxima viagem pelo mundo. Ele não revela a idade, mas sua jovialidade é admirável. “Adoro a minha idade, adoro a vida”, ressalta Hélio Ferreira, o Helinho, personalidade querida da capital catarinense.
Manezinho da Ilha, nascido na Cachoeira do Bom Jesus, por mais de quatro décadas Helinho dedicou-se a embelezar mulheres e homens em seus espaços de beleza no centro da Capital. O primeiro deles na Galeria Comasa, na Rua Felipe Schmidt, o segundo, na Rua Esteves Júnior, e o último, na Rua Bocaiúva, onde permaneceu por mais de três décadas atuando. Comunicativo e talentoso, o cabeleireiro ganhou visibilidade e conquistou muitos clientes que viraram amigos e também ganhou destaque como entrevistador e colunista em veículos de comunicação locais.
“Guardo lembranças maravilhosas e inesquecíveis da minha época de cabeleireiro. Conheci pessoas queridas e muito especiais ao longo da vida”, conta. Tanto que Helinho mantém contato com muitas clientes que viraram amigas, mesmo após 7 anos de sua (quase) despedida da profissão. Quase, porque, vez ou outra, ele recebe o chamado de alguma amiga que precisa de seu serviço e, dessa forma ele revive os seus dias no universo da beleza. “São pessoas que eu quero para sempre na minha vida”, diz.
Ao longo de sua trajetória profissional, Helinho Ferreira foi uma das principais referências da cidade na área da beleza e seu espaço recebia personalidades locais e nacionais. Porém, prefere não comentar fatos daquela época, para não expor seus clientes, mas garante que sempre teve uma relação harmoniosa com todos eles.
Mesmo com tantos contatos influentes em sua rotina, ele conta que sempre foi muito reservado no trabalho, gostava de atender os clientes com exclusividade, sem que outras pessoas ficassem olhando para o que ele fazia. Até mesmo o espelho ficava de costas para os clientes. “Era uma maneira de eles se surpreenderem quando eu virasse a cadeira para verem o resultado final”, lembra.
A despedida do companheiro
Há 5 anos, Helinho se despediu de uma pessoa que teve papel fundamental em sua vida: o companheiro Ney Braga. “O Ney dirigiu a minha história profissional, foi um grande empresário, foi meu braço direito, uma pessoa que soube organizar a minha história”, conta. Helinho e Nei conviveram por 47 anos e desenvolveram uma relação de respeito e cumplicidade. “Agradeço a Deus todos os dias por ele ter feito parte da minha vida”.
Helinho e Ney Braga: quase cinco décadas de companheirismo
Do agito para a calmaria
Helinho já viajou por vários países, a lazer ou para formações profissionais, mas afirma que a sua casa é o seu refúgio, onde curte deitar na rede para relaxar, cuida de suas plantas, de sua cachorrinha, Nina, e também de alguns gatinhos que costumam visitá-lo. A bicicleta é o seu meio de transporte e também a forma que ele encontrou para se exercitar com prazer, juntamente com a natação, que pratica em um clube do bairro onde mora. Formado em gastronomia, ele conta que adora preparar camarões flambados, ostras e risotos, suas especialidades.
Se há algumas décadas ele adorava estar em eventos, apresentando festas de 15 anos e bailes de debutantes, ou entrevistando personalidades locais, hoje ele prefere estar em sua casa, curtindo os momentos de solitude. “Eu gostava de estar nas festas mais por conta da minha profissão, pois eu tinha essa necessidade de aceitar os convites. Hoje eu seleciono os locais em que eu vou e as pessoas com quem me relaciono”, conta.
Porém, ele afirma que em alguns momentos sente vontade de estar no ar, fazendo entrevistas. “Eu tenho essa facilidade de comunicar. Por isso, sinto falta de estar ao vivo na televisão”, revela.
Helinho ganhou destaque em escolas de samba da Capital
A veia artística inata lhe rendeu também participações em peças de teatro e no cinema local. Outra paixão era o Carnaval. Ele sempre se destacava nos bailes dos clubes e nos desfiles das escolas de samba de Florianópolis, por sua alegria e performance. “Foi uma fase maravilhosa, mas hoje eu não vou a eventos de Carnaval nem que me paguem”, diz, rindo. “Amo e admiro as pessoas que gostam de desfilar no Carnaval, acho maravilhoso, mas a minha fase passou”.
Texto escrito por Gabriela Morateli dos Santos
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