Há 30 anos: você sabe que construção é essa?
Confira como surgiu a obra que revolucionou a capital catarinense
O primeiro shopping center de Florianópolis completará três décadas no dia 27 de outubro. Construído em uma época em que a capital catarinense ainda apresentava fortes traços provincianos - e não havia ganhado projeção nacional e internacional -, ele nasceu para ser um instrumento inovador, diferente do que a população estava habituada, que era frequentar somente o comércio de rua da região central da cidade. Nas próximas semanas contaremos mais sobre o desenvolvimento do Beiramar Shopping, nesta série de matérias especiais.
Tudo começou no final da década de 1980, quando a empresa Kobrasol Empreendimentos Imobiliários, liderada por três grupos empresariais catarinenses - Koerich, Brasilpinho e Cassol -, construiu o estádio do Avaí, a famosa Ressacada, no bairro Carianos, em uma permuta pelo então estádio Adolfo Konder, também conhecido como Campo da Liga, no centro da cidade, próximo à Beira-Mar Norte. O velho estádio foi demolido e, com o terreno vago, em uma área nobre, a empresa demorou quase um ano para decidir o que iria construir no local, optando, assim, por um shopping center, que seria o primeiro da Capital.
O próximo passo seria projetar o shopping. Então, os diretores da Kobrasol contrataram dois escritórios de arquitetura de destaque na época - Ademar José Cassol e Carmem Seara Cassol; e Alfred Biermann e Giovane F. de Carvalho, para desenharem o futuro empreendimento. Por solicitação dos arquitetos, os empresários patrocinaram uma viagem para visitarem os principais shoppings do país, no Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília, para observarem as diversas soluções arquitetônicas, mas, sobretudo, os “bastidores” daqueles empreendimentos.
“Era um desafio, pois não tínhamos projetado um edifício tão grande e complexo. Com aquela bagagem, nos reunimos numa grande prancheta e iniciamos o traçado de um esboço. Ficou estabelecido que seriam três níveis de garagens com laje de cobertura e possibilidade de futura expansão”, conta a arquiteta Carmem Seara Cassol.
Soluções que valorizaram o prédio
Segundo a arquiteta Carmem Seara Cassol, o grandioso terreno (com área total de 45.000m²) favoreceu alguns pontos do projeto. Seu formato quadrado, abrangendo três ruas frontais acolheu a solução projetada pelos arquitetos. Por isso, decidiram colocar as rampas de veículos na extensão da lateral sem rua, liberando o espaço para a instalação das lojas e demais equipamentos.
O estaqueamento foi longo, extenso e sistemático para poder comportar a colossal estrutura que viria (foto: arquivo BMS)
Início da primeira lage foi um acontecimento na contrução (foto:arquivo BMS)
Ela conta que, para valorizar a esquina da Rua Bocaiuva com a Avenida Mauro Ramos, foram desenhados dois painéis inclinados em vidro, fechando o vazio que existia, iluminando os três níveis, além de permitir a contemplação do visual da Baía Norte (foto:arquivo BMS).
Para reduzir o volume do edifício - que atingiria um total de 84.000 m² de área construída -, foram utilizados artifícios que garantiriam segurança e também atemporalidade, como nos três níveis de garagem, que ganharam recuo em suas fachadas em um desenho irregular. Para o vão central projetou-se uma estrutura metálica que suporta o teto e cria amplitude ao local.
O terceiro piso foi projetado por consultores americanos, que incluíram, na lateral da Rua Altamiro Guimarães, uma grande praça de alimentação. O espaço recebeu, ao longo dos anos, a gradativa instalação de bares, restaurantes e cafés.
Nas próximas semanas continuaremos com a série de matérias sobre o Beiramar Shopping.
Texto escrito por Gabriela Morateli dos Santos
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