A arte como voz no Mês da Consciência Negra
Identidade e empoderamento negro ganham espaço em exposição artística
A mostra institucional "Confluências Artísticas e Estéticas com o NEAB" foi aberta na segunda-feira, às 10h, na Galeria de Arte Ernesto Meyer Filho, no Hall do Palácio Barriga Verde, sede da Assembleia Legislativa de Santa Catarina (ALESC). O evento celebra o Mês da Consciência Negra, destacando a relevância e a representatividade dessa parcela da população em Santa Catarina, e vai até a sexta-feira (29). A mostra foi articulada pelo Núcleo Negro Professora Jeruse Romão, do mandato do deputado Marcos José de Abreu - Marquito (PSOL).
As obras destacam a história, a cultura e as trajetórias da população de origem africana, afro-brasileira e afro-catarinense, por meio das produções artísticas de três discentes da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC), associadas ao Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros (NEAB).
Karen Christine Ferreira apresenta fotografias, com um olhar sensível para as lutas das comunidades negras. Letícia Couto traz traços e cores que retratam mulheres negras em suas telas. Maria Eduarda Corrêa desenhou e deu vida a vestimentas étnicas usando tecidos e acessórios que narram identidades e tradições afro-brasileiras.
Maria Eduarda destaca o impacto da representatividade em suas criações: “Na comunidade negra, tivemos nossas histórias e saberes apagados e diminuídos. Empoderar-seda nossa história, estética e conhecimento é um passo gigante para se apropriar de si mesmo. Como estudante de moda, estudar a estética negra e criar espaços para falar sobre nós e minha cultura (que eu conheço a cada dia) é uma forma de me representar, me ver e fazer outras pessoas serem representadas e vistas.”
A exposição é permeada pelo ideograma africano Sankofa, um símbolo Adinkra que significa “voltar ao passado para construir o futuro”. Representando ancestralidade, conhecimento e reconhecimento da identidade de um povo, o Sankofa fazia parte da cultura dos escravizados africanos trazidos de Gana, Togo e Burquina Fasso para o Brasil no período colonial.
Sob a curadoria do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros (NEAB), as obras reafirmam o compromisso com a Educação das Relações Étnico-Raciais e com a luta antirracista, promovendo igualdade e valorização da diversidade étnico-racial no estado de Santa Catarina.
Da redação
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