2022, um 'Novo Tempo' para o Turismo e para SC, por Vinicius Lummertz
Esta é a última coluna do ano - e não poderia iniciar sem que fosse com uma mensagem de fé e otimismo para você: que 2022 seja um "Novo Tempo". Um "Novo Tempo" para aprender, para construir, um "Novo Tempo" para crescer. Um "Novo Tempo" para o Brasil brilhar. Vamos todos juntos aprender, construir e crescer. Que, em 2022, a gente possa transformar nossa esperança num "Novo Tempo" para Santa Catarina brilhar. Feliz Ano Novo!
E por falar em "Novo Tempo", este é o tema desta coluna, o qual já começamos a abordar na semana passada: um "Novo Tempo" para o Turismo de SC, que precisa ser promovido ao centro da pauta do planejamento do Estado e ter, definitivamente, uma política turística que esteja à altura do que essa dimensão econômica, que impacta 53 setores da economia, significa para Santa Catarina, onde já chegou a representar 13% do PIB.
Como eu disse aqui anteriormente, não estou afirmando que SC não tem exemplos e modelos para apresentar ao país. Pelo contrário: as ações, realizações e obras feitas desde o início do século, especialmente no Governo LHS/Pavan, ainda se refletem no excelente desempenho apresentado por nossas diversas e diversificadas regiões e cidades turísticas. Mas esse “plano de vida” para o Turismo precisa ser urgentemente renovado e projetado para os próximos 30 anos. O Estado mais turístico do país não ter uma Secretaria de Turismo é inexplicável sob todos os pontos de vista.
Na semana que passou, tivemos um bom exemplo do que significa essa falta de prioridade e atenção ao Turismo em SC. Depois de três longos anos, o Governo do Estado finalmente conseguiu colocar em funcionamento um dos maiores e melhores centros de eventos do país, o de Balneário Camboriú. Sim, acreditem, foram três anos perdidos.
Vou contar essa história para vocês terem ideia do que é não dar prioridade ao Turismo. O Centro de Eventos de BC foi concebido ainda quando eu era secretário nacional de Políticas para o Turismo e, o então prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, desistiu de R$ 700 milhões para o Anhembi. Pedimos projetos para vários estados e, por inspiração do ex-governador Leonel Pavan e o apoio do prefeito Edson Piriquito, Balneário Camboriú foi a única cidade contemplada.
Nos meus últimos dias como ministro do Turismo do Governo Temer, entregamos a obra física dia 23 de dezembro de 2018, juntamente com todos os empenhos para compra de todos os acessórios – catracas, elevadores, ar condicionado, escadas rolantes e outros itens. Infelizmente, três anos se passaram sem que o Governo do Estado, mesmo com todos os recursos em mãos, conseguisse colocar o Centro para funcionar. São coisas que não podem acontecer mais em Santa Catarina. Ficam aqui meus parabéns a Balneário Camboriú e também ao prefeito Fabrício Oliveira, que executou todas obras de contrapartida de forma eficiente e correta. Finalmente, Balneário Camboriú e SC poderão colher os frutos dessa obra.
É preciso acabar com o improviso, com a ausência de políticas públicas e com a insegurança jurídica que afastam os investidores do Turismo catarinense. Por isso, relato aqui o trabalho que estamos fazendo na Secretaria estadual de Turismo e Viagens de São Paulo, onde um homem do Turismo, o governador João Doria, colocou essa dimensão da economia como prioridade e nos deu a oportunidade de criar uma política turística, planejar, estruturar e divulgar o Turismo. Em termos de recursos, batemos o recorde de liberações para as cidades paulistas, com mais de R$ 1 bilhão para ações, obras e projetos de impacto turístico.
Comemoramos com o mesmo entusiasmo as conquistas que se deveram não apenas aos investimentos públicos, mas ao trabalho, à inteligência, à mobilização, ao fazer bem feito. Um dos exemplos mais bem-acabados foi a nossa proposta para os Distritos Turísticos: todo o arcabouço legal foi desenvolvido sob a pandemia. Este ano, a lei foi publicada e formalizamos os dois primeiros: Olímpia e Serra Azul (que reúne quatro municípios). Juntos, nos próximos cinco anos, os dois carrearão mais de R$ 2 bilhões em investimentos privados.
Outro exemplo foi o mapeamento das Rotas Gastronômicas, em sete regiões do estado, para divulgação e fortalecimento da cadeia culinária local. Em cada uma são mapeados empreendedores com base em representatividade local, autenticidade, qualidade do produto e facilidade de acesso dos turistas à produção rural. Ou seja, o nosso trabalho foi encontrar esses empreendedores, orientá-los, organizar e, com isso, tivemos a criação de roteiros que diluem o desenvolvimento pelas regiões a partir da visita dos turistas.
Essa revelação da intimidade dos destinos é buscada também pelas Rotas Cênicas. Duas já estão com os projetos executivos das primeiras intervenções finalizados: Vale do Ribeira, que vai até a divisa com o Paraná, e Litoral Norte, no extremo oposto, chegando à divisa com o Rio de Janeiro. Um projeto com DNA de Santa Catarina, concebido pelo empresário e ambientalista catarinense Ike Gevaerd, cujo sonho é implantar Rotas Cênicas entre os roteiros e belezas naturais de todas as regiões de SC. Tenho certeza de que um dia esse sonho se concretizará.
Em paralelo a esses movimentos estruturantes, físicos ou legislativos, criamos em São Paulo instrumentos de apoio ao empresariado e às cidades. Lançamos o portal TurinvestSP, com o mapeamento de imóveis que podem servir de base para investimentos em turismo – fazendas, glebas de frente para o mar, pousadas e outros – em mais de 30 cidades. Este canal segue aberto e ativo. Imaginem essa ferramenta em Santa Catarina.
Lançamos em setembro a Central do Investidor Paulista, para os primeiros atendimentos os encaminhamentos de demandas por crédito, tanto para giro, que foi aprimorado durante os meses mais agudos da pandemia, quanto para investimentos. Hoje, na Secretaria de Turismo e Viagens, os empresários têm uma porta sempre aberta.
Para incentivar a troca de experiências e ideais entre empresas e administrações municipais, lançamos em abril – e em dezembro fizemos a atualização – o portal Melhores Práticas: no lançamento era um repositório de iniciativas, no aprimoramento incluímos um capítulo especial convocando as câmaras municipais a opinarem, a se debruçarem sobre as questões fundamentais para o Turismo local e efetivamente participarem do seu desenvolvimento.
Por fim, mas não menos importante, ao longo do ano, com o Sebrae, entidade pela qual tenho um carinho especial por ter feito parte do movimento de fundação e ter sido superintendente em SC e diretor do Sebrae nacional, lideramos dois projetos de formação, capacitação e qualificação de micro e pequenos negócios: o primeiro foi com foco em empresas ecoaventura e o enquadramento nas normas ABNT, que está sendo concluído e chegou a 200 municípios. O segundo, lançado em 16 de dezembro, para capacitar empresários e agentes públicos na obtenção de crédito orientado para a retomada dos negócios. O programa é dividido em atividades presenciais, híbridas e online, com consultorias individualizadas, que cobrirão as 49 regiões turísticas do estado. Serão mais de seis mil atendimentos ao logo do próximo ano.
Este foi, em linhas gerais, parte do nosso ano de 2021. Se, para alguns, a pandemia foi um álibi para não fazer, não realizar, não evoluir, para nós foi o estímulo, o combustível para mostrar o quanto o Turismo pode ser importante para o desenvolvimento das pessoas por meio da geração de emprego e renda.
Essa determinação e esse trabalho é que me levam a renovar minha mensagem de final de ano a você: vamos todos juntos aprender, construir e crescer. Que em 2022 a gente possa transformar nossa esperança num "Novo Tempo" para Santa Catarina brilhar. Feliz Ano Novo!
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