00:00
21° | Nublado

Fábrica de Comunicação faz 20 anos
“Parece que foi ontem...”. Mentira, não parece não! Se tem um segmento que passou por uma verdadeira revolução no Brasil e no mundo, sem dúvida foi o de Comunicação

Imagem: Thiago Moratelli

Publicado em 05/11/2018

Era novembro de 98 e tudo começou com dois jornalistas desempregados e um aparelho de fax Toshiba doado, último modelo. A criação da Fábrica de Comunicação, agência de comunicação corporativa que chegava ao mercado para ser o que tínhamos de mais inovador na área, merecia instalações modernas. Róger Bitencourt e eu, dois sonhadores que como poucos na época ousavam empreender, fomos então às antigas lojas Zomer, na Felipe Schmidt. Lá, adquirimos em suaves parcelas o que havia de melhor: um videocassete Gradiente, um Microsystem 3 em 1, três televisores tubo Sanyo de 20 polegadas e um forno de microondas CCE. Os computadores compramos numa lojinha do bairro Estreito, nada menos do que três de uma única vez, todos Pentium II Intel 350mhz. Em igual número foram encomendadas as linhas telefônicas fixas, adquiridas diretamente da Telesc, no balcão da Praça Pereira Oliveira. A internet discada era da Matrix, mas chegava só num terminal. Afinal, para que ligá-los em rede se a troca de dados entre os computadores poderia ser feita por um disquete de três polegadas e meia? Em 20 anos, nada existe mais. Nem marcas, nem as lojas e nem as tecnologias. E os equipamentos que não foram para o lixo viraram peças de museu. 

Muito também do que fazíamos no nosso dia a dia e oferecíamos como solução para nossos primeiros clientes virou fumaça. Passar fax, decupar fita VHS, fazer clipagem na ponta do estilete, rádio-escuta da matéria, gravação em fita k-7... quem tem menos de 30 anos (mesmo sendo jornalista) não faz a mínima ideia do que estou falando. Aliás, ideia tinha acento agudo no “e” porque naquela época era ditongo em palavra paroxítona. Quer dizer, ainda é, mas desde o Novo Acordo Ortográfico a regra não se aplica mais. Na comunicação, ocorre quase o mesmo: muito do que era, não mais se aplica. 

A Fábrica de Comunicação nasceu como uma empresa de assessoria de imprensa. Hoje não se apresenta mais assim, mesmo que esta ainda seja nossa referência em boa parte do mercado e muitos dos nossos clientes acabem entrando por essa via. Mas dá para dizer que hoje somos bem mais do que isso. Com o tempo, percebemos como a necessidade das empresas e marcas que atendíamos ia muito além do relacionamento com a imprensa. Há vários outros públicos – os chamados stakeholders – com quem uma organização precisa se preocupar em se comunicar de forma eficiente: governos, instituições, entidades de classe, ONGs, órgãos ambientais, colaboradores, fornecedores, clientes, vizinhos, entre muitos outros. Cada um com suas características, complexidades e nível de resistência. Somos o que o segmento chama de 360 graus: independente do alvo, nossa meta é fazer com que a comunicação flua, a mensagem seja eficiente, a ferramenta esteja correta, o público perceba, entenda, interaja e promova o resultado planejado.

Somos uma agência que aprendeu a falar com todos os stakeholders e sobre qualquer assunto, não importa a plataforma. Fato. Podemos atuar no offline, no online ou nos apps das galáxias que ainda serão criados. Nosso maior patrimônio é o conteúdo rico que sabemos produzir e a estratégia que aplicamos customizadamente, porque comunicar sempre foi, é, e será, a nossa essência. 

Diante de tantas transformações nestes últimos vinte anos, a única certeza que temos é de que não temos medo de novas mudanças. O jornal impresso vai acabar? Os influenciadores digitais estão com os dias contados? O Branded Content vai ocupar o lugar da mídia espontânea? A assessoria de imprensa virou commodity? Pouco importa. A necessidade de se comunicar é inerente ao ser humano e isso continuará existindo, ainda que marcas desapareçam e tecnologias sejam substituídas.

E por ora não é pouco o que sobrou para ocuparmos o dia dos nossos operários: vamos da prevenção e gerenciamento de crises à produção de projetos editoriais, fazemos comunicação digital, endomarketing, a boa e velha assessoria de imprensa old school, estudamos mercados, construímos cenários e fazemos diagnósticos. E somos uma das únicas empresas de comunicação do país especializadas em processo de licenciamento ambiental, o que nos dá a titularidade em dezenas de projetos de comunicação para implantação de grandes empreendimentos como portos, aeroportos, rodovias, hidrelétricas, linhas de transmissão e grandes indústrias. 

A maturidade nos dá também a coragem para admitir que em vinte anos não fomos só sucesso. No nosso álbum de figurinhas há boas e más experiências, muitas lacradas e algumas derrapadas, furos e barrigadas. Com saldo sempre positivo, é claro, aprendemos, colecionamos experiências e vivências que só estas duas décadas de batalhas diárias puderam nos dar. No nosso time, jogadores partiram para outras equipes - e algumas centenas de jornalistas já passaram por aqui - perdemos nosso maior capitão em pleno jogo, crises econômicas passaram por nós, clientes se foram, clientes novos vieram, clientes foram de novo e voltaram. Mas nós estaremos sempre aqui, porque a nossa essência é de um time que realiza e gera resultado.

E antes que esse artigo termine, justiça seja feita: nosso forninho de microondas CCE ainda é o mesmo e, com valentia, responde ainda pelo aquecimento diário das marmitas dos operários. Ufa, depois de vinte anos, nem tudo está perdido!