Quarentena: cuidar de plantas vira passatempo para milhões de brasileiros
Desde o início da pandemia do novo coronavírus, autoridades de saúde do mundo inteiro apontaram o distanciamento social como a mais importante medida preventiva para combater sua disseminação. Neste momento de afastamento das atividades sociais e familiares, é preciso manter ou criar novos hábitos para que o tempo em casa não se torne maçante, excessivamente ocioso ou um fator de estresse e ansiedade.
Além de seguir todas as recomendações tradicionais para combater a COVID-19, entre elas adotar práticas de higiene, manter uma alimentação saudável e praticar exercícios, uma ótima alternativa para garantir que os momentos entre lazer e repouso não sejam inativos é incluir o cultivo de plantas ornamentais na rotina.
Mais do que acrescentar um toque especial na decoração de ambientes, dando vida a um espaço e deixando o lar mais elegante e acolhedor, cultivar plantas em casa é sem dúvida alguma uma das formas mais interessantes e agradáveis de aliviar as tensões do dia a dia, relaxar e garantir a saúde física e, também, emocional.
“É uma atividade prazerosa, que envolve, distrai, e sempre percebemos que também ajuda a as pessoas a desenvolverem um senso maior de cuidado e responsabilidade”, comenta Elizeu de Almeida, florista da Esalflores, maior rede de floriculturas do país. “Além disso, o convívio com plantas e flores colabora com a qualidade do ar no ambiente e ajuda a evitar desconfortos ligados a falta de umidade”, complementa o especialista.
Para Camila Borba, jornalista de 26 anos que há cerca de 1 ano incluiu o cuidado com plantas e flores no dia a dia, o contato com a natureza afeta diretamente a atmosfera do ambiente. “Ter plantinhas em casa chega a ser terapêutico, o espaço fica mais leve e convidativo e além de agregar de forma decorativa cria uma ligação com a natureza que é transformadora, principalmente para quem mora em apartamentos ou locais muito urbanos e sem quintais”, conta. Desde que passou a cultivar plantas em casa a jornalista notou também que elas podem alterar o humor. “ É relaxante. O tempo que passo regando e checando a evolução das minhas plantinhas é com certeza um dos momentos mais tranquilos do meu dia, e quando vejo que elas estão crescendo e se desenvolvendo é realmente satisfatório”, completa.
Para os iniciantes
Para quem decidiu incluir a convivência com flores durante a quarentena, mas não tem muita habilidade, o ideal é buscar espécies que se adaptam bem a espaços internos. Plantas que não demandam muita luz e nem uma frequência grande de regas são uma ótima opção para quem deseja trazer um pouco mais de natureza para dentro de casa. “Há diversos gêneros de flores e plantas que se ajustam bem em locais fechados, mesmo em ambientes mais escuros e úmidos”, comenta Elizeu de Almeida. “No geral, elas são mais descomplicadas de manter e ótimas alternativas para os iniciantes no mundo das plantas”, acrescenta o profissional.
Uma boa sugestão é a planta conhecida como Pacová. “Ideais para casas e apartamentos, ela precisa de claridade mas sem luz direta e pode ser regada apenas umas duas vezes por semana”, explica o florista. O Lírio da Paz também é uma opção a ser considerada. “Se adapta bem a sombra e não exige mais do que regas esporádicas de acordo com a umidade da terra”, complementa. Outra sugestão são as marantas. “Perfeitas para serem cultivadas em locais com sombra, elas podem ser submetidas a luz do sol apenas no período da manhã com regas de pouca água, dia sim e dia não”, explica.
As orquídeas também ficam muito bem em ambientes internos com claridade. “No inverno, as orquídeas devem ser molhadas a cada 15 dias, encharcando e deixando escorrer, e no verão uma vez por semana. Importante lembrar de não expô-las diretamente ao sol quando não houver flores e adubar com substrato específico uma vez ao mês”, detalha o florista.
Há ainda opções como o Bambu da Sorte e a Avenca, perfeitas para ambientes internos. “Além de se adaptar bem ao interior das casas, elas podem ser mantidas nos vasos com terra ou podem ser transferidas para recipientes somente com água”, esclarece.
O profissional ainda lembra que é sempre importante estar atento ao aspecto da planta e observar a reação dela às condições do ambiente. “Aos poucos é possível perceber qual a frequência ideal de regas e o local perfeito para a planta dentro da residência, fazendo com que a manutenção da planta se torne ainda mais fácil”, completa Elizeu de Almeida.
Da Redação