Floripa: impossível não se apaixonar, por Fernando Teixiera
Sempre que somos convidados para uma festa para celebrarmos mais um ano de vida de alguém que gostamos imensamente, é impensável chegarmos ao local falando mal do aniversariante. Ao contrário, os elogios sempre afloram e só nos vêm à mente enaltecer suas qualidades e desejar-lhe que seus dias futuros sejam repletos de realizações, de momentos alegres, energias positivas. Assim me encontro e me sinto diante dos 350 anos de Florianópolis.
Mesmo reconhecendo que há um longo caminho a ser percorrido na busca por soluções que possam modificar aspectos que necessitam ser melhorados, para que ela se torne uma cidade ainda melhor para se viver, temos que convir que Florianópolis, por si só, é um espetáculo!
Itaguaçu – quintal das bruxas do mestre Franklin Cascaes
Seus diferentes caminhos nos levam a lugares encantados, repletos de rara beleza. Em cada cantinho desse território, multiplicam-se cenários de tirar o fôlego. Em suas ruas centrais ainda podemos encontrar recordações de um tempo em que a vida passava menos ligeira.
A velha praça XV, rodeada por casarões coloridos, foi e continua sendo ponto de encontro e de partida para diversas gerações de ilhéus. Em tempos mais remotos, sobre a sombra da velha figueira, homens vestidos com seus ternos de passeio reuniam-se para colocar a conversa em dia, ou, quem sabe, discutir as notícias daquela pacata cidade de outrora, ouvidas instantes atrás nas rádios Guarujá ou Diário da Manhã.
Rua Conselheiro Mafra – uma das mais antigas da capital catarinense
Ali perto, no “senadinho” da Felipe Schmidt, outros tantos saboreavam um café ou debatiam a política local, sempre amparados pelas informações ainda fresquinhas publicadas no saudoso jornal “O Estado”.
Nesse tempo o Miramar encontrava-se ali. Aquele belo espaço que lambia as águas da Baía Sul era o símbolo maior de uma Florianópolis ainda debruçada sobre o mar. Nele, figuras marcantes da Ilha, como Luiz Henrique Rosa, Neide Maria e Zininho, desfilavam suas vozes e canções, deixando até hoje, um imenso rastro de saudade. Agora vivenciamos outros tempos. Vieram os aterros, a cidade cresceu, se modernizou, virou um dos locais do país mais procurados por turistas brasileiros e estrangeiros.
Praia do Campeche – um dos paraísos encantados de Florianópolis
Sua gente amável e acolhedora vivenciou todas essas transformações sem jamais perder sua forma simples e alegre de encarar o mundo. Também pudera! Basta andarmos alguns quilômetros que já estaremos diante de belezas estonteantes, pisando em lugares enigmáticos, carregados de uma energia que só existe por aqui. Seja na Lagoa da Conceição, nos Morros da Caixa ou do Mocotó, na Conselheiro Mafra, no Ribeirão da Ilha, no Estreito, na Beira Mar Norte, no Itacorubi, em Santo Antônio de Lisboa, em Itaguaçu, ou no Saco dos Limões, todos os seus cantinhos respiram poesia, tudo é magia e encanto.
No verão, animados pelo calor do sol, corremos para um gostoso mergulho em uma de suas belíssimas praias. Armação, Campeche, Brava ou Joaquina, Jurerê, Praia do Forte ou Caicanga, todas parecem pedacinhos do paraíso!
Pesca de tarrafa – tradição que se mantém viva em Florianópolis
E quando chega o inverno, então, é aquele alvoroço. Pescadores em festa retiram do mar as desejadas tainhas, que irão ser vendidas aos montes nas peixarias do Mercado Público, esse local emblemático de tantas vivências e tantas histórias.
Hoje, estamos conectados ao mundo de diferentes maneiras, mas de todas essas conexões, uma, em particular, nos une, causa arrepio e brilho no olhar: a ponte Hercílio Luz, de tantas histórias e pela qual todos somos apaixonados.
Passado e presente se unem, fazendo uma Florianópolis ainda mais linda
Ao fechar essa coluna, quero manifestar meu AMOR incondicional a essa terra em que nasci e na qual finquei todas as minhas raízes. Encerro, parafraseando o cantor e compositor Armandinho: “Quando Deus te desenhou, (FLORIPA), Ele tava namorando, na beira do mar, na beira do mar do amor!”
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Sobre o autor
Fernando Teixeira
Formado em Arquitetura e Urbanismo (UFSC), mestre em Geociências e Doutor em Educação Científica e Tecnológica (UFSC), natural de Florianópolis. Atualmente tem se dedicado à fotografia.
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