Eletrodomésticos: como organizá-los nas cozinhas
Com o advento dos tantos equipamentos que ajudam no preparo dos alimentos, arquiteta indica como tê-los organizados na cozinha
Há algumas décadas, os eletrodomésticos presentes cozinhas eram representados pelos mais robustos, como geladeira e fogão e os menores, comumente guardados nos armários, como liquidificador e batedeira. Mas esse cenário mudou totalmente com o advento de tantos equipamentos que facilitam a vida, entregam praticidade e até ajudam para a cocção de receitas mais saudáveis.
“Esse volume cresceu demais e o desafio é comportar todos os equipamentos dentro do projeto de interiores”, avalia a arquiteta Cristiane Schiavoni, responsável pelo escritório que leva seu nome. E lista é longa: além do fogão que se desmembrou em cooktop e forno –, e a geladeira que cresceu com o espaço do freezer e até mais uma porta –, coifa/depurador, micro-ondas, cafeteira, filtro de água, lava-louças, panela elétrica de arroz e pressão, mixers e processadores, além da desejada Air Fryer são alguns dos itens que a profissional enumera como os mais presentes no acervo dos seus clientes.
E a pergunta de milhões é: como encaixar essa lista de eletros tanto para facilitar o acesso e a utilização diária, como também não permitir o desconforto e a sensação de uma cozinha abarrotada? “A gente sabe que se o item foi alocado em um ponto de difícil acesso, muitas vezes o deixamos parado só pelo desânimo de realizar uma grande movimentação”, diz a profissional com toda sua experiência. A seguir, ela conta como trabalha na execução dos projetos de interiores.
Nesta cozinha, ficaram à mostra nas bancadas apenas os elementos de uso frequente: de um lado o filtro e, do outro, a panela de arroz elétrica e a Air Fryer (Foto: Carlos Piratininga)
Otimização eficiente
Na cozinha compacta desse apartamento studio, a arquiteta Cristiane Schiavoni apoiou sua mão na marcenaria que oculta a geladeira embutida (Foto: Divulgação)
Em se falando de uma cozinha mais ampla, Cristiane afirma que é mais fácil encaixar essa variedade de equipamentos. Mas a realidade muda completamente quando se trata de uma cozinha com dimensões reduzidas e, para ambos os casos, ela gosta de conversar com o morador para compreender quais são suas prioridades no dia a dia do ambiente. “Gosto de conhecer os seus hábitos para definir as necessidades das áreas de preparo, cocção ou armazenamento. Assim conseguimos planejar um layout dentro de uma disposição inteligente”, explica.
Veja algumas soluções inteligentes utilizadas pela arquiteta:
· Armário sob medida para armazenamento
De acordo com a profissional, a resposta não está em exagerar no volume de armários, mas sim de pensá-los de uma forma funcional e combinados com prateleiras e nichos embutidos. “A ideia é aproveitar bem as paredes para instalar os eletros, como uma forno embutido, ou oferecer um lugar propício para os menores”, pontua. Ela também considera que, por conta do design de muitas peças, o fato de colocá-los à vista é uma estratégia bacana para compor a decoração. “Pelo status e o seu design contemporâneo, uma Nespresso não pode ficar escondida dentro de um armário. Na cozinha, um cantinho do café valoriza não só o item, como também o momento de degustar a cápsula escolhida”, exemplifica.
Ela indica que outra possibilidade é reservar um espaço na marcenaria para guardá-los juntos. “A depender do volume, a organização em prateleiras internas dos armários torna a cozinha muito mais sistematizada”, complementa Cristiane.
· Eletrodomésticos embutidos
Tudo no lugar seu devido lugar: o conceito de embutir os eletros na marcenaria coopera para a praticidade do acesso e ocupar espaço em demasia. “Sem contar que consideramos as questões de ergonomia, incluindo as medidas que tornarão a cozinha muito mais real”, detalha a arquiteta (Foto: Rafael Renzo)
Na distribuição dentro do layout da cozinha, a arquiteta realiza uma separação que engloba os eletros mais ‘pesados’ e que ficam muito bem quando são envolvidos na marcenaria. E paralelamente com a execução do projeto, é necessário saber as características como medidas e informações do fabricante para prever o vão do encaixe. “Junto com o ponto de elétrica, respiros laterais são essenciais para o ‘respiro’ e a longevidade de geladeira e forno elétrico”, orienta. Combinado com a organização geral do ambiente, o objetivo é facilitar a rotina do morador dentro de um fluxo intuitivo, sem obstáculos e com a sensação de amplitude na cozinha.
· Áreas específicas e acessíveis para eletroportáteis
No armário de duas portas que separa a geladeira e os fornos embutidos na marcenaria, outro modelo de cafeteira e a Air Fryer, utilizada constantemente pelos moradores, são discretamente ocultadas quando o morador não quiser que estejam à mostra (Foto: Carlos Piratininga)
Conforme a arquiteta já comentou, a acessibilidade faz a diferença na rotina de uma cozinha e essa questão também é analisada durante a realização do projeto. “Quando definimos a posição do liquidificador, analiso se o uso pode ser realizado no mesmo local ou se haverá necessidade de movimentação. Essa resposta nos indica onde devemos incluir um tomada”, determina.
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“Mas e se a minha cozinha não couber tudo o que desejo?”. Para Cristiane, essa é uma indagação frequente, principalmente quando o ambiente é compacto, e a decisão pode transitar entre duas possibilidades: saber que no contexto do projeto não será possível incluir todos os itens e escolher os principais, ou encontrar outros espaços, ainda que fora do cômodo. “Não desconsidero a possibilidade de levar um eletro para o buffet alocado na sala de jantar, contanto que o morador esteja ciente e que não interfira no espaço alheio”, orienta.
Soluções que deram certo: com uma cozinha enxuta, foi encontrado no pequeno espaço de armazenamento o local onde a moradora pode colocar seu liquidificador e mixer. O fato de ser um apartamento pequeno não se tornou um empecilho para o acesso aos itens (Foto: Luis Gomes)
Dicas bônus!
Layout com regra do triângulo
Seja uma cozinha pequena ou grande, com ilha ou em formatos como corredor, ‘U’ ou ‘L’, a regra da movimentação em triângulo imaginário entre fogão, geladeira e a pia conduz o fio da meada no projeto.
A arquiteta entende que o papel do profissional é mesclar as referências técnicas com o cenário do projeto e o pedido do cliente. Nessa cozinha integrada com a sala de jantar e com a bancada em ‘L’, o aproveitamento da marcenaria da parte inferior foi perfeita para o encaixe do micro-ondas (Foto: Carlos Piratininga)
Acostumada a sair do padrões – desde que o resultado seja satisfatório, superior ou ideal para o morador–, a arquiteta se sente à vontade para promover mudanças como o caso da dupla cooktop e forno, que não necessariamente precisam seguir o princípio do fogão tradicional e estarem juntos: o importante é que não estejam distantes a ponto de atrapalhar a vida do morador.
Em muitas ocasiões, o eletro pode ficar ‘solto’ na bancada, como o purificador de água dessa cozinha (Foto: Carlos Piratininga)
Da redação
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