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Fundação Cultural Badesc abre exposição sobre imigração

Foto; Divulgação

Publicado em 31/08/2015

Abre nesta quinta (3/9), a exposição Memórias Migratórias, da artista alemã Pauline Zenk, a partir das 19h, no Espaço Fernando Beck, da Fundação Cultural Badesc. O trabalho inédito foi selecionado pelo edital 2015 da Fundação e resgata por meio de desenhos, intervenções sobre fotografias e pinturas sobre tela, os imigrantes que chegaram ao Brasil no século passado. A entrada é gratuita e a mostra vai até o dia 9 de outubro.

“Durante a minha pesquisa de fotografia antigas (do período 1880 - 1960), em São Paulo, encontrei um livro de segunda mão e dele  caiu uma fotografia de um homem em um vale de neve em frente de casas com escrituras em alemão. Essa fotografia me intrigou e comecei imaginar muitas das histórias que amigos e conhecidos de Santa Catarina me contaram. Imaginei a vida desse homem, me perguntei se ele jamais viajou como imigrante pra Brasil, ou foi simplesmente o parente de alguém que se instalou aqui. Talvez ele foi o tio, o pai, o namorado de alguém que há décadas  morreu na outra parte do mundo, guardando a fotografia como lembrança de seus parentes distantes. E assim começou o projeto da Memória Migratória", conta Pauline, que morou no Brasil entre 2012 e 2014.

Para a realização do trabalho a artista buscou materiais em fotografias encontradas em mercados, arquivos fotográficos, museus e em coleções privadas.  Ela teve acesso a mais de 100 fotografias de famílias imigrantes, muitas delas de Santa Catarina. “Eu imaginei a vida dessas pessoas que chegaram no Brasil naquela época onde não existia internet, transporte barato o comunicação fácil entre dois continentes. Foi com essa compreensão, da criação de novas vidas e novas perspectivas no Brasil, que eu desenhei, interpretei e modifiquei as fotografias. O que eu quero fazer com as interpretações em desenhos é ressaltar o que está dentro de uma fotografia mas é invisível ao primeiro olhar. Quero ressaltar o que eu vejo neles, o medo nos olhos de uma mulher italiana, com um bebê no colo, que recém chegou desembarcando um barco em São Paulo, a coragem, a vontade de criar algo novo e a energia de mudar as coisas”.

Da redação