5 maneiras de identificar quando a fome é emocional
É muito comum, quando algo dá errado no dia a dia de uma pessoa - seja no trabalho, em casa ou em outra situação -, que os fatores externos acabem por abalar o aspecto psicológico. E eis que, sem nem mesmo refletir, a pessoa devora uma pizza, come um pote inteiro de sorvete, ou passa o dia todo “beliscando” doces. É algo tão automático que o próprio indivíduo às vezes não percebe, mas acaba dando a si mesmo o “direito” de suprir o mal-estar comendo.
Nem sempre quando achamos que temos ‘fome’ precisamos realmente comer. Diversos fatores emocionais influenciam a rotina alimentar de uma pessoa - como ansiedade, tédio, estresse, tristeza, frustração, ou apenas a força do hábito. E são esses sentimentos que, muitas vezes, fazem com que a pessoa ache que está com fome, quando, na verdade, é apenas uma vontade incontrolável de comer para encobrir essas sensações - que vêm de uma forma urgente e, geralmente, se tornam piores depois, quando o sentimento de culpa por ter comido em excesso aparece.
Muitas pessoas acham que a obesidade é causada pelo consumo de alimentos calóricos, quando, na verdade, é pela compulsão alimentar. A busca incessante por conforto na comida faz com que a pessoa coma mais do que seu corpo precisa. É necessário mudar esse gatilho mental e ‘emagrecer’ a mente, pois comida não é calmante e não deve ser uma válvula de escape.
Para descobrir se a “fome” é emocional ou física, a melhor maneira é estar consciente das reais necessidades do seu corpo. Para enfrentar as situações difíceis, que produzem em nós impactos emocionais, é importante ter consciência do problema original que está causando a ansiedade, o estresse, e não descontar de forma inconsciente na comida. Em prol de uma vida saudável - mental e fisicamente -, é preciso que a pessoa substitua o ato de esconder as emoções com o ato de comer por outras atividades, como exercícios físicos, ler um livro ou qualquer outro passatempo que seja prazeroso.
Abaixo, confira a lista de dicas para identificar quando a “fome” é emocional:
Ela aparece em forma de desejos
A “fome” emocional nunca vai ser saciada por uma fruta ou um prato de salada ou de legumes. Geralmente, esse tipo de fome pede comidas mais pesadas e pouco saudáveis, como doces ou alimentos em gorduras saturadas.
Porém, não há problema em comer uma vez ou outra alimentos mais calóricos. O importante é não exagerar. Se você se alimenta com equilíbrio, não tem problema se permitir mesmo. Nenhum alimento é proibido. importante é ter em mente que isso é algo fora da rotina, e não um hábito.
Tenta preencher um vazio
Quando a “fome” é causada pelas emoções, ela tenta preencher um vazio - que não está exatamente no estômago. Ela normalmente aparece como uma reação a algum mal-estar emocional que, ao invés de ser investigado sobre o por que de estar acontecendo, é coberto pela grande quantidade de comida, que serve como um alívio. Mas esse alívio é apenas momentâneo, acabando assim que o “banquete” acaba, e depois o sentimento de angústia volta.
Provoca sentimento de culpa
Muitas vezes, quando o mal-estar volta após o alívio momentâneo que a comida costuma proporcionar, junto dele vem o sentimento de culpa, pela pessoa saber que comeu demais e “exagerou na dose”.
Você sabe que não precisava comer aquele saco de batata frita ou aquela barra de chocolate inteira sozinho. Além da bagagem calórica que esses alimentos trazem, a pessoa não estava realmente com fome. A mente é quem fez com que pensasse dessa forma, e com que se sinta mal por não ter conseguido afastar essa compulsão.
Faz com que se coma por impulso
Para saciar a fome emocional, a pessoa age sem pensar e de maneira compulsiva, já que perde a noção do quanto está, de fato, ingerindo. Quando você vai ao supermercado nesses momentos, por exemplo, passa pelo corredor de doces e comidas calóricas e compra tudo o que vê pela frente, e que acha que aquilo tudo vai servir como uma forma de aliviar o que está sentindo e trazer prazer para o seu dia, que está sendo tão difícil.
Vira “desculpa” para fugir de responsabilidades
Suponha que, em um dia qualquer, você deixou de fazer algo porque precisava estudar ou ir à academia, por exemplo, mas acabou não “tendo forças” para realizar o que programou, e acabou ficando em casa. E, a partir desse momento, decidiu “atacar” a geladeira e comer aquele doce que tanto gosta.
Dentro da mente, você já sabe que não cumpriu com suas obrigações (no caso, ir à academia) e, consequentemente, outras emoções, como a ansiedade, chegam para fazer companhia, e você usa a comida como um calmante. Mas, quando o doce acaba, você acaba se sentindo pior que antes, pois acumulou não só a culpa de ter fugido de uma responsabilidade, mas também de ter cedido ao ‘capricho’ de comer por compulsão.
Quando você percebe que comer trouxe bem-estar- mesmo que passageiro-, passa a ir atrás de mais comida novamente, e repete o processo outras vezes, até se sentir muito cheio. É essa falta de dosagem e equilíbrio, provocados por esses gatilhos que a mente nos proporciona, que faz com que a compulsão alimentar venha à tona e, por meio dela, a obesidade.
Fonte: Gladia Bernardi, nutricionista e especialista em obesidade, autora do best seller “Código Secreto do Emagrecimento”