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O sucesso da vindima

(Foto: Divulgação)

Publicado em 04/04/2017

Como é bom visitar o Planalto Catarinense e suas vinícolas, e observar, a cada ano, mais turistas e mais infraestrutura para todos. Claro que o mais gostoso pra mim é conhecer mais vinhos de qualidade e ver a evolução constante dos produtores, sejam eles novos ou antigos. O projeto da Vindima de Altitude impulsionou e qualificou muito todo o trade turístico e a cada edição leva mais pessoas pra visitar e provar nossos vinhos. Pude aproveitar e conferir por mais um ano essas atividades e aproveitar alguns dias em contato com a natureza, com os produtores e com a região. Sempre ouvi críticas quanto à falta de estrutura ou atividades, e hoje, com certeza, ‘falta dia pra tanto evento’.

No meu caso a Vindima foi literal, pois junto ao Professor Wilton Cordeiro, do IFSC, participei do processo produtivo na Villaggio Bassetti, desde a colheita até o início da vinificação. Colhemos e processamos uvas lindas da variedade Pinot Noir, que nesse ano renderam boas quantidades com uma qualidade incrível, garantia de bons vinhos em breve.

A vindima é algo fantástico e único. Nela percebemos que no vinho não há o glamour dos bons restaurantes e colunas sociais que muitos sommeliers gostam de mostrar. Na cantina ou no campo todos são iguais, carregam caixas, dão, literalmente, sangue e suor em jornadas prolongadas para poder correr contra o tempo e obter da natureza o que há de melhor. Ao fim do dia estamos sujos de uva, cansados, molhados, mas felizes e satisfeitos. A produção do vinho é algo mágico e tão simples e, nesse contato direto, perdemos a guarda, o tom esnobe e nos voltamos à terra.

Ano após ano é uma alegria retornar na época da vindima e ver o resultado da safra, daquele ano inteiro de espera e incertezas que os produtores passam para que tenham apenas uma chance de acertar. Espero que a cada ano a evolução da Vindima de Altitude continue e que leve cada vez mais turistas, brasileiros e estrangeiros, para conhecer nossas vinícolas. Temos muito a oferecer. Desde a tradicional Villa Francioni, às mais “novas” Monte Agudo, Villaggio Bassetti, Thera, Leone di Venezzia, Sanjo, entre outras na região de São Joaquim. E que a natureza seja generosa como foi esse ano e nos brinde com ótimas uvas! Clique aqui para ler outras colunas de Eduardo Araújo. 


Sobre o autor

Eduardo Machado Araujo

Certified Sommelier - Court of Master Sommeliers


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