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Você ronca?
A Odontologia pode te auxiliar a tratar a Síndrome de Ronca e a Apneia Obstrutiva do Sono. Os dispositivos orais são alternativa eficaz contra estes problemas

O CPAP ou BIPAP nasal, aparelho usado durante o sono em que o ar passa através de uma máscara nasal para a faringe, tem sido muito utilizado nos pacientes com apneias graves (Foto: Divulgação)

Publicado em 25/06/2018

O Ronco

O ronco causa constrangimento para quem possui este problema e um grande desconforto para quem dorme ao lado. Reclamações durante a noite são comuns na vida do casal, podendo até levá-los a dormir em quartos separados. Segundo estatísticas americanas o ronco é um problema que atinge 40% dos homens acima de 30 anos e um elevado número de mulheres acentuando-se após a menopausa. Piora com a idade, ganho de peso e uso de bebidas alcoólicas ou medicamentos ansiolíticos.

O ronco acontece quando as estruturas e músculos da região da garganta relaxam muito durante o sono e vibram quando o ar passa por eles, produzindo o famoso som. O ronco é nocivo, afeta a família e outros que convivem com a pessoa que ronca. Além disso, o roncador tem grande probabilidade de apresentar uma doença séria conhecida como Apneia Obstrutiva do Sono.

A Apneia

A Apneia é o distúrbio do sono mais sério e atinge 4% da população mundial. Essa doença se caracteriza por paradas respiratórias de 10 segundos ou mais durante o sono, causadas pelo bloqueio da passagem do ar, devido ao excessivo relaxamento das estruturas da garganta.

Quando essas paradas respiratórias acontecem, o cérebro manda uma mensagem para que a pessoa saia do sono profundo e com um pequeno despertar, muitas vezes sem ter consciência, volte a respirar. Esses sucessivos despertares momentâneos fazem com que haja o comprometimento na qualidade do sono, assim é comum que as pessoas com essa doença reclamem de excesso de sonolência durante o dia, chegando até a se envolver em acidentes de carro por dormirem ao volante. Os principais problemas causados pela apneia são: Problemas cardíacos; Acidentes vasculares (derrames); Pressão alta.

DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO

O diagnóstico definitivo da Apneia Obstrutiva do Sono é feito através de um exame chamado Polissonografia, no qual o paciente passa a noite tendo seu sono monitorado. Durante o exame, os dados são registrados por um computador e uma câmara de vídeo especial equipada com infravermelho que filma e grava o paciente durante a noite. A gravidade da Apneia é classificada segundo o número de paradas respiratórias (maiores que 10 segundos) por hora.

TIPOS DE TRATAMENTO

O dispositivo oral é indicado para casos de apneias leves e moderados. O dispositivo posiciona a mandíbula em avanço, liberando a passagem de ar nas vias aéreas superiores eliminando o ronco e a apneia.

Os tubos estimuladores nasais são indicados em conjunto com o dispositivo oral em pacientes com obstrução nasal. Os estimuladores modelam as cartilagens nasais abrindo-as, melhorando a passagem de ar e previne o colapso do nariz ao inspirar Evitando ainda que o paciente respire pela boca.

O CPAP ou BIPAP nasal, aparelho usado durante o sono em que o ar passa através de uma máscara nasal para a faringe, tem sido muito utilizado nos pacientes com apneias graves. O ar sob pressão que vem através de uma máscara colocada sobre o nariz mantém a faringe aberta, prevenindo as apneias.

O tratamento cirúrgico específico (adenoamigdalectomia, amigdalectomia, para correção da obstrução nasal, cirurgia estética facial para correção óssea da maxila e mandíbula) pode ser realizado em alguns casos.

O importante é o correto diagnóstico e tratamento feito através de uma equipe multidisciplinar, que envolve profissionais da área odontológica e médica.

 


Sobre o autor

Dr. Ibrahim Jamil

Dr. Ibrahim Jamil, CRO 6900/SC, é especialista em Implantodontia-ortodontia e Perito Odontológico


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