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Revolução na medicina: novos medicamentos para tratar diabetes e insuficiência cardíaca

Foto: Reprodução/Internet

Publicado em 05/11/2021

As gliflozinas, uma nova classe de medicamentos, estão mostrando nos resultados dos estudos, excelentes desfechos no tratamento do diabete melito. O uso desta classe de medicamentos está se disseminando pelo mundo todo e descobriu-se que as gliflozinas também atuam no tratamento da insuficiência cardíaca, tanto nos pacientes diabéticos, nos pré-diabéticos, como também nos pacientes sem diabetes. Os resultados no tratamento da insuficiência cardíaca nos pacientes sintomáticos são muito significativos tanto no grupo que possui algum grau de deficiência de contratilidade do músculo cardíaco, como também no grupo de pacientes com insuficiência cardíaca sem redução na contratilidade do músculo do coração.

No Brasil, as gliflozinas atualmente disponíveis são a dapagliflozina, canagliflozina e empagliflozina. O principal mecanismo de ação dos inibidores de cotransportador de sódio e glicose do tipo 2 (inibidores SGLT-2), responsável pelo controle da hiperglicemia e do diabetes, é a redução de reabsorção de 50% da glicose nos rins, descrevendo-se esta classe como glicosúricos, ou seja, eliminam parte da glicose do sangue pela urina. Novos estudos estão sendo publicados com possíveis efeitos na redução do peso corporal e na doença hepática gordurosa não alcoólica.

Uma avaliação mais aprofundada dos resultados do estudo EMPEROR, fornece uma clara evidência do impacto da empagliflozina nos desfechos em pacientes com insuficiência cardíaca sintomáticos, com a contratilidade do músculo cardíaco preservada. O estudo EMPEROR demonstrou um significativo benefício do inibidor SGLT-2, a empagliflozina, com relação a morte cardiovascular ou a internação hospitalar por insuficiência cardíaca, em uma população de 5.988 indivíduos com insuficiência cardíaca sintomática e função contrátil do músculo cardíaco preservada. Após um acompanhamento médio de 26 meses, a empagliflozina reduziu o risco da composição morte cardiovascular ou internação hospitalar por insuficiência cardíaca, quando comparada a um placebo.

Um benefício estatisticamente significativo se tornou aparente 18 dias após o início do tratamento com a empagliflozina. A empagliflozina quando comparada ao placebo, também resultou em um mais baixo risco de hospitalização em UTI e no número menor de internações hospitalares requerendo agentes medicamentosos endovenosos. O grupo tratado com o inibidor SGLT-2 também evoluiu com uma melhor classificação New York Heart Association de insuficiência cardíaca, a partir de 12 semanas e durante o restante do acompanhamento. Os benefícios do tratamento com a gliflozina durante as internações hospitalares por insuficiência cardíaca ou por todas as causas cardiovasculares de hospitalizações, foram consistentes no grupo de indivíduos com valores de fração de ejeção do ventrículo esquerdo entre 41-49% e 50-59%. Porém, foram menos pronunciados naqueles com fração de ejeção acima de 60%. A fração de ejeção do ventrículo esquerdo é uma medida da função contrátil do músculo cardíaco.

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Sobre o autor

Dr. Jamil Mattar Valente

Médico cardiologista e responsável pela coluna de medicina preventiva do Jornal Imagem da Ilha


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