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Existem diferenças entre as diversas estatinas existentes no mercado?


Publicado em 01/04/2015

No Brasil, assim como em outros países, existem diversas estatinas sendo comercializadas. O médico prescreve uma, a pessoa passa a tomá-la. O que acontece é que muitas pessoas desconhecem as vantagens e desvantagens de cada uma delas. As estatinas que temos aqui no Brasil são: atorvastatina, pitavastatina, pravastatina, rosuvastatina e a sinvastatina. A potência de cada uma delas é diferente na redução de colesterol e proteção contra eventos cardiovasculares, como infarto do miocárdio e acidente vascular cerebral. Utilizadas em doses de potências equivalentes, a proteção contra eventos cardiovasculares é semelhante. Os efeitos colaterais que elas podem causar também são semelhantes, mas algumas causam efeitos adversos com mais facilidade do que outras.

O custo mensal para uma dose de manutenção também difere entre elas. Aqui no País, a sinvastatina é subsidiada pelo governo e tem um custo bem pequeno para o usuário. Em outros países há subsídio também para outras estatinas. A rosuvastatina e a atorvastatina são as mais potentes. A sinvastatina quando usada na dose máxima de 80 mg para ser equivalente às outras estatinas mais potentes, pode causar com mais frequência a destruição das células dos músculos esqueléticos, a chamada rabdomiólise. Nessa dose, portanto, ela deve ser evitada, e os pacientes que necessitam tomar dose equivalente a essa devem usar a rosuvastatina ou a atorvastatina.

As diretrizes de várias sociedades de cardiologia na América e na Europa para tratamento do colesterol elevado e da aterosclerose, de um modo geral tendem a recomendar o uso da rosuvastatina ou da atorvastatina por serem as mais potentes e também as que possuem mais estudos comprovando os seus benefícios.

As estatinas têm importantes interações com outros medicamentos. A principal envolve as enzimas responsáveis pela eliminação das estatinas pelo fígado. As enzimas do fígado, especificamente as do citocromo P-450, são responsáveis pela eliminação de todas as estatinas do organismo, com exceção da pravastatina e da rosuvastatina. Portanto, medicamentos que bloqueiam a ação destas enzimas hepáticas aumentam os níveis de estatinas como a atorvastatina e a sinvastatina no sangue, mas não da rosuvastatina ou da pravastatina. O aumento da sinvastatina no sangue ou da atorvastatina, pelo uso concomitante com medicamentos que bloqueiam a ação destas enzimas hepáticas, eleva significativamente o risco de rabdomiólise.


Sobre o autor

Dr. Jamil Mattar Valente

Médico cardiologista e responsável pela coluna de medicina preventiva do Jornal Imagem da Ilha


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