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Cansei..., por dra Amanda Lima

Imagem: Internet/ Reprodução **Clique para ampliar

Publicado em 02/10/2023

É inicio de semana, eu sei, mas... Se você estiver cansada (o) como eu fiquei, este texto é pra você.  

Fiquei 2 semanas sem escreverr, sem enviar texto para a redação do jornal. Sem desculpa (eu geralmente não sou do time das desculpas), apesar de estar envolvida em um outro negócio que estava em fase de abertura, e em tarefas do dia a dia, disse que logo escreveria, esperei o final de semana, mas faltou inspiração. 

Vivi duas semanas conversando mais que o normal com as pessoas ao redor. Peguei muito Uber (e conversei com quase todos os motoristas - sou dessas), tive pacientes que iniciaram tratamento após 2 décadas sem ir ao dentista (por trauma mesmo). Tudo demandando muita conversa, muito psicológico, muita entrega, muita energia (os pacientes novos estão animados vendo resultados nos tratamentos e seguimos em frente!).

E aí, com o on-line, as redes sociais, fiquei num momento de exaustão. Sabe cansaço virtual? 

Só encontrava gente vendendo cursos, mentorias, ensinando algo (como ganhar isso em 10 passos, consiga aquilo comprando esse curso, etc, etc). 
Cansei. 
Você já cansou assim? 

Por que temos que necessariamente ensinar algo ou termos pretensão que somos o melhor em algo, a ponto de ter tanta certeza? 

E cadê aquilo de, às vezes, doar seu conhecimento por puro prazer, mérito, alegria? Entendo que todo mundo tem boleto pra pagar, mas, gente, vender o tempo todo, cansa!

A internet virou aquela “amiga” que a gente nunca vê, mas quando encontra ela pede um favor. Ou o amigo que nunca está presente e nunca manda um oi despretensioso, mas tem sempre aquele “favor “ pra pedir.

Esses tempos, eu sou curiosa e metida a ver filmes e dar a minha opinião - mesmo que amadora -, uma seguidora do instagram escreveu que ela morava em outro país, e que, por se sentir muito sozinha, seguia sempre as dicas que eu dava dos filmes que eu assistia, e que isso a deixava mais feliz, menos solitária. Não, eu não sou crítica de cinema e nem ganho dinheiro com isso, mas já pensou se só fizéssemos coisas que nos rendessem dinheiro diretamente? 

Onde estariam as gentilezas, as conversas sem interesse com os motoristas de Táxi/ Uber? Onde estaria o papo despretensioso com um amigo/vizinho ou aquele elogio que você dá a alguém no trabalho? 

Fico imaginando quando sorriso for moeda de troca de algo, e você só mostrar seus dentes para quem você estiver interessada em algo que seja proveniente dessa pessoa, desse contato. (Deuuuus me livre estar perto de quem só “opera” nessa moeda, uiuiui. Fuja!)

Quem baseia em interesses suas amizades deve pensar no que os “amigos” farão quando você deixar de ser interessante. Geralmente são os que não “reciclam, descartam”.

Devemos ter somente interesse nas gargalhadas juntos, nas histórias que os amigos contam, nas parcerias pros programas, no quanto nos fazem sentir bem quando estão por perto (esse é meu “interesse”).

Como dizia Machado de Assis, “felizes os cães, que pelo faro descobrem os amigos”. 

Se o interesse habitasse todas as relações, onde morariam os “sorrisos surpresas” que recebemos de quem menos imaginamos e que, de repente, mudam o dia, melhoram a tarde? 

Será que algumas pessoas hoje só fazem algo se ganharem algo em troca? Será que sempre foi assim é só está mais evidente com a internet? Ainda parafraseando Machado de Assis (vocês perceberam que eu adoro, né?), que diz que “esquecer é uma necessidade “, esqueçamos por ora isso tudo. 

É início de semana, final de ano (já) e tempo de renovar nossa fé nas pessoas, nas trocas que fazemos sem interesse monetário. 

“As ocasiões fazem as revoluções”.- Machado de Assis 

Façamos nós, então, as nossas.

 

 

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Sobre o autor

Amanda Lima

Cirurgiã dentista - Especialista em prótese dentária / Pós graduada em odontogeriatria


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