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A revista JAMA Network Open publicou neste mês de maio, um interessante estudo realizado em pessoas obesas, com índice de massa corporal acima de 30. Foram avaliados diversos parâmetros no grupo estudado e correlacionados com o risco de morte de origem cardiovascular ou de morte por todas as causas. O estudo tentou encontrar parâmetros que possam estar relacionados com o que pode ser chamado de saúde metabólica em pessoas obesas, e que torne possível se poder estratificar risco de morte cardiovascular e de morte por todas as causas nestas pessoas.

Neste estudo, foram incluídos dados de 386.420 pessoas em 2 coortes, e uma nova definição de obesidade metabolicamente saudável pode ser estabelecida.

As pessoas com um fenótipo definido como metabolicamente não saudável, usando a definição encontrada neste estudo, tiveram um risco aumentado de mortalidade por doença cardiovascular e de mortalidade por todas as causas, independentemente do nível do índice de massa corporal. E as pessoas com fenótipos definidos como tendo uma obesidade metabolicamente saudável, utilizando os dados encontrados neste estudo, não mostraram risco aumentado de morte cardiovascular ou de morte por todas as causas.

Os participantes do estudo foram homens e mulheres não grávidas, com idade entre 18 a 75 anos, índice de massa corporal maior do que 18,5, sem história de doença cardiovascular, e que estavam em jejum maior do que 6 horas antes de serem examinados. O estudo foi conduzido do ano de 2015 até 2020.

De todos os fatores contínuos analisados, a combinação de pressão arterial sistólica e relação cintura/quadril mostraram o maior risco de mortalidade. Assim, saúde metabólica foi definida como pressão arterial sistólica menor do que 130 mmHg, na ausência de uso de medicação anti-hipertensiva, relação cintura quadril menor do que 95 cm para mulheres e menor do que 103 cm para homens, e ausência de diabetes. Em ambas as coortes estudadas, obesidade metabolicamente saudável não foi associada com mortalidade cardiovascular ou total, comparada com pessoas metabolicamente saudáveis com peso normal. Indiferente do índice de massa corporal, todos os grupos classificados como metabolicamente não saudáveis, pelos parâmetros do estudo, apresentaram riscos aumentados de morte cardiovascular e total.

Os autores do estudo concluem dessa forma que pode ser utilizada na prática uma nova definição de obesidade metabolicamente saudável.

Em pessoas obesas, a pressão arterial, diabetes e a relação cintura-quadril podem ser utilizadas como variáveis associadas a um risco aumentado de morte cardiovascular ou total.

Nas análises ajustadas, os participantes com índice de massa corporal maior do que 30, que apresentam uma pressão arterial sistólica menor do que 130 mmHg sem uso de medicação anti-hipertensiva, que não possuem diabetes e que têm uma relação cintura/quadril menor do que 94 cm para mulheres e menor do que 103 cm para homens, não apresentaram risco aumentado de morte cardiovascular ou de morte por todas as causas. A prevalência de obesidade metabolicamente saudável nos participantes do estudo foi de 41% em uma coorte e de 19% na outra coorte.

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Coluna escrita pelo cardiologista Dr. Jamil Mattar Valente