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Cuidados com a pressão arterial

(Foto: Divulgação)

Publicado em 21/09/2016

Cerca de 67 milhões de adultos nos Estados Unidos têm hipertensão arterial, o que representa 29% da população. Cerca de metade destes hipertensos não está com a pressão controlada adequadamente, ou seja, não se mantém regularmente abaixo de 140 por 90 mmHg. Com relação àqueles cuja hipertensão não está bem controlada, aproximadamente 40% não sabem da sua pressão elevada; quase 16% sabem, mas não estão sendo tratados; e 45% estão sendo tratados, mas a hipertensão não está controlada. Os motivos da falta de controle são diversos, e poderiam ser resolvidos em grande maioria dos casos. Aqui no Brasil a situação é pior, pois mais da metade dos adultos hipertensos não são controlados adequadamente.

Em cada faixa etária adulta, valores elevados da pressão arterial sistólica (igual ou maior que 140 mmHg) e valores elevados da pressão arterial diastólica (igual ou maior que 90 mmHg) trazem grandes riscos de acidente vascular cerebral e insuficiência cardíaca. A pressão arterial sistólica elevada é um melhor preditor de eventos mórbidos do que a pressão arterial diastólica elevada, embora esta última também seja um importante preditor de eventos mórbidos cardiovasculares. A monitorização residencial da pressão arterial apresenta uma melhor correlação com danos em órgãos alvo (artérias, coração, rins e retina) do que a monitorização no consultório médico. É muito comum a pessoa apresentar ansiedade e pressão arterial elevada quando está no ambiente do consultório médico, o que dificulta a avaliação quando feita somente dentro do consultório. Os médicos podem aplicar critérios específicos da Liga Nacional de Hipertensão dos Estados Unidos (JNC) considerando o risco cardiovascular de cada pessoa e os valores individuais da pressão arterial, para decidir quais níveis devem ser considerados no tratamento de cada caso em particular.

A prevenção primária da hipertensão arterial sistêmica pode ser acompanhada por estratégias visando tanto a população geral como populações especiais de alto risco. As populações de alto risco incluem pessoas com níveis normais, mas no limite máximo da pressão arterial, pessoas com história familiar de hipertensão, raça negra, indivíduos com vários fatores de risco comportamentais tais como inatividade física, consumo excessivo de sal, álcool, ou calorias, e ingestão deficiente de potássio. Intervenções efetivas para a prevenção primária da hipertensão arterial sistêmica incluem redução do sal na dieta, redução do consumo de álcool, redução do peso corporal naqueles com excesso de peso, e atividade física regular.

Referência bibliográfica: Current Medical Diagnosis and Treatment 2016.

 


Sobre o autor

Dr. Jamil Mattar Valente

Médico cardiologista e responsável pela coluna de medicina preventiva do Jornal Imagem da Ilha


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