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Médica que atua na linha de frente fala sobre a importância de se vacinar

Lígia Gryninger, médica infectologista que atua na Grande Florianópolis (Foto: Divulgação/Governo do Estado)

Publicado em 14/06/2021

A médica infectologista da Diretoria de Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina (DIVE-SC), Lígia Gryninger, que atua na linha de frente do combate à pandemia na região da Grande Florianópolis, alerta que a vacina contra a Covid-19, junto às medidas de precaução como o uso de máscaras, higienização das mãos e o distanciamento social, é o único meio de controlar a doença. Por isso, ela orienta que as pessoas não podem deixar de se vacinar. A médica reforça ainda que todas as opções disponíveis são autorizadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e, na corrida contra o vírus, a população não deve se preocupar em escolher qual vacina tomar.

Na entrevista a seguir, ela esclarece dúvidas envolvendo a vacinação contra a Covid-19 e fala ainda sobre a importância de se vacinar, eficácia, segurança e reações à vacina, entre outros temas relacionados à proteção vacinal contra o coronavírus.

Confira:

Por que é importante tomar a vacina?

Lígia Gryninger: A vacina é o único meio, junto com as medidas de precaução como o uso de máscara, da higienização das mãos e do distanciamento social, que vai fazer a gente vencer essa pandemia.

Das vacinas que estão disponíveis, qual delas é a mais recomendada?

Lígia Gryninger: Todas. As vacinas vão trazer benefícios individuais e coletivos. Se eu tomei uma e a outra pessoa tomou uma diferente da minha, tenha certeza que os dois estarão protegendo um ao outro. Isso é fundamental para vencermos a pandemia.

Tomei a CoronaVac, estou menos protegido? Ela é eficaz?

Lígia Gryninger: Quando a gente fala em eficaz, a gente pensa no mundo ideal, a gente pensa em não se contaminar pelo vírus. O que nós precisamos entender é que o objetivo da vacina é evitar o agravamento da doença,  a hospitalização e o óbito. Então não tem que haver essa discussão de que uma vacina é menos eficaz que a outra. Todas têm o mesmo objetivo de diminuir a hospitalização e o número de óbitos".

Não quero tomar a AstraZeneca por que a vacina provoca muitas reações.

Lígia Gryninger: Isso vai depender de indivíduo para indivíduo. Não temos tido reações severas como estão dizendo por aí. O que nós sabemos é que algumas pessoas podem ter uma pré-disposição de desenvolver eventos adversos que a gente considera de leve a moderado no pós-vacinação, que acontece até com outras vacinas. Então, o que tem sido relatado com a AstraZeneca é febre, dor no corpo que deixa a pessoa 24, 48 horas um pouquinho mais debilitada, mas, nada que seja motivo para desistir desse tipo de vacina.

Tomei a vacina e não tive nenhuma reação, significa que não estou protegido?

Lígia Gryninger: Isso não está relacionado. Isso é uma pré-disposição individual que tem a ver com ter ou não algum evento adverso, em nada tem a ver com a proteção.

A vacina pode provocar a Covid-19?

Lígia Gryninger: Não. A vacina não é capaz de provocar a doença.

Eu posso escolher qual vacina tomar?

Lígia Gryninger: A gente deve tomar a vacina que estiver disponível. Nós não recomendamos a pessoa escolher a vacina, mesmo porque o objetivo é dar a proteção para todos, de maneira igual. Então, escolher a vacina nesse momento não é o caminho para a gente conseguir controlar a Covid-19.

Tomei a vacina. Significa que estou imunizado?

Lígia Gryninger: Para usar a palavra imunização ainda é cedo demais. O que a gente considera é que a vacina vai dar proteção (mesmo que a gente não saiba ainda por quanto tempo) para que, em contato com o coronavírus, você não desenvolva quadros graves ou venha a óbito.

A pessoa vacinada ainda pode transmitir o coronavírus?

Lígia Gryninger: A pessoa vacinada ainda pode pegar o coronavírus. Se ela pode pegar, ela pode transmitir.

Uma dose da vacina já é suficiente?

Lígia Gryninger: Depende da indicação do fabricante. Para os imunizantes que precisam de duas doses, é fundamental completar o esquema para que a gente possa considerar a pessoa vacinada.

Tomei a vacina. Já posso sair sem máscara?

Lígia Gryninger: Não. Infelizmente, não. Eu sei que todos estão ansiosos por este momento, mas, a vacinação não tira o seu dever de continuar usando máscara, higienizando as mãos e mantendo o distanciamento social.

Tomei a vacina e resolvi checar se adquiri anticorpos. O exame deu negativo, a vacina não foi eficaz?

Lígia Gryninger: Não existe ainda um exame para saber se estou protegido depois da vacinação. Existem alguns exames que podem sugerir uma proteção, mas o fato de eles virem negativos não significa que você não está protegido. A proteção vacinal é muito maior do que somente a dosagem de anticorpo indicada no exame de sangue.

 

Da redação