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Inteligência emocional na infância: como desenvolver?

Expor, criticar, julgar o comportamento não auxilia a criança a construir a inteligência emocional, pois ela compreende que aquele comportamento não é aceito, mas não sabe como ter um outro diante do que está sentindo (Foto: Reprodução/Internet) **Clique para ampliar

Publicado em 05/10/2022

Inteligência emocional é a maior aliada de qualquer ser humano em seu desenvolvimento integral e na resolução de conflitos e desafios. A pandemia mostrou e deixou claro que nem sempre os adultos possuem inteligência emocional e o quanto eles sofreram com as mudanças repentinas que a nova situação mundial obrigou todos a viver.

Pais e educadores que já se questionavam sobre as formas de desenvolver inteligência emocional nas crianças agora viram o quanto este conteúdo se torna cada dia mais urgente e imprescindível, afinal, essa habilidade é um grande diferencial na vida de qualquer criança. Mas como podemos aproveitar as situações do dia a dia para desenvolvê-la?

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Observe essas 6 ações que tornam isso possível e farão uma grande diferença na criança que convive com você:

1- Permitir que a criança sinta e expresse suas emoções, sem julgamento

Sentir é natural do ser humano e não há controle sobre o que se sente. Assim a raiva, o medo e a tristeza são emoções que todos os seres humanos sentem, e o controle que podemos ter é na ação que teremos diante desse sentir.

2- Acolher explosões emocionais

Acolher no dicionário se refere a abrigo, a dar colo, oferecer proteção. Uma criança numa explosão emocional (birra, gritos constantes, choros intermináveis), necessita de um adulto que ofereça para ela a proteção neste momento. Expor, criticar, julgar o comportamento não auxilia a criança a construir a inteligência emocional, pois ela compreende que aquele comportamento não é aceito, mas não sabe como ter um outro diante do que está sentindo.

3- Auxiliar a criança a nomear suas emoções

As crianças não possuem um repertório amplo para nomearem o que estão sentindo. Inclusive muitos adultos possuem dificuldade em realizar isso. Porém, há um ponto importante aqui: os pais, por mais que conheçam seus filhos, não conseguem saber exatamente o que eles sentem! Então, o caminho é auxiliar neste processo e não afirmar: Isso é raiva! Isso é medo!

4- Ser um porto seguro para a criança em todos os momentos

As crianças sentem o amor ou o desamor, na proporção que sentem que podem ser elas mesmas, que o que sentem é valorizado e tem espaço para existir. Quando isso não acontece, a criança se desconecta de si e passa a buscar apenas cumprir com as expectativas dos adultos.

5- Dar contorno às ações que machucam e agridem os outros

Quando falamos em acolhimento e em respeito mútuo, uma grande dúvida que surge, é: “E os limites? E quando a criança bate?”. Diante das emoções, todos os adultos podem ter atitudes destrutivas ou agressivas e, quando elas acontecem, nós, pais e educadores, devemos dar esse contorno para a criança. Devemos dizer: “Você pode sentir isso, mas bater não é aceitável!” Essa clareza auxilia muito as crianças a terem atitudes assertivas diante do que sentem.

6- Nunca castigar, punir ou chantagear

Castigo e punição fazem parte da nossa história social como caminhos para resolver e conter comportamentos difíceis e explosões emocionais, porém, nunca foram eficazes. Analisamos o nosso comportamento adulto diante das emoções e também a alta taxa de agressividade e criminalidade que temos nas grandes cidades. Se o castigo ou a punição resolvesse, nada disso aconteceria.

Desenvolver a inteligência emocional faz parte das soft skills, habilidades humanas e comportamentais que diferenciam adultos em contratações e no sucesso profissional e pessoal. Elas englobam as habilidades pessoais de cada ser humano e que não são conquistadas em cursos e formações, mas, sim, aprendemos a partir do que vivenciamos em nossa vida, principalmente na infância. Entre as diversas soft skills que temos, destaco a empatia, compaixão, capacidade de se reinventar, criatividade, organização, flexibilidade, comunicação e escuta ativa, entre outras.

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Por muito tempo o foco no desenvolvimento integral eram as hard skills, portanto habilidades conquistadas através do estudo, da técnica, do aprendizado pedagógico. Atualmente, elas ainda são importantes e necessárias, porém, observa-se que adultos que possuem as soft skills se destacam, já que estas foram construídas desde a infância e diferenciam este profissional no seu dia a dia. As hard skills podem ser aprendidas a qualquer momento, ainda mais se estivermos falando com um profissional que apresente as soft skills, pois ele se reinventa, reaprende, faz novas conexões e transforma a sua realidade.

Aproveitar a infância para desenvolver essas competências é ter a certeza de que podemos oferecer filhos melhores para o mundo e, assim, teremos um mundo melhor para viver.

Artigo escrito por Beatriz Montenegro - pedagoga, Neuropsicopedagoga e Educadora Parental 

Da redação

 

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