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Audiência pública na Câmara discutirá preservação e visitação da Ilha do Campeche

Foto: Hermann Byron

Publicado em 10/04/2018

As águas transparentes, de areias brancas, rodeada por gravuras inscritas entre cinco e três mil anos atrás faz da Ilha do Campeche um paraíso particular do litoral catarinense. Tombada no ano 2000 como patrimônio o lugar está entre os oito sítios arqueológicos do país inscritos no Livro de Tombo Arqueológico, Etnográfico e Paisagístico do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional). 


Os encantos do lugar atraem milhares de turistas, do mundo inteiro, mas a visitação desordenada e o aumento de embarcações comerciais que fazem o transporte irregular de pessoas para a ilha têm colocado em risco a preservação deste patrimônio. Soma-se à estes, a falta de um Plano de Manejo, de estrutura adequada para recepção dos visitantes, problemas com saneamento e o descarte de resíduos sólidos.

Atualmente, um Termo de Ajuste de Conduta(TAC) prevê que a capacidade máxima de suporte é de 800 pessoas diárias na alta temporada e 770 no restante do ano, que podem chegar através das três associações de pescadores autorizadas para explorar o serviço de transporte até a Ilha, mas estes números são extrapolados quase todos os dias.

Os passeios autorizados saem das praias do Campeche, Barra da Lagoa e da Armação. Assim que os barcos chegam, os monitores que fazem parte do Instituto Ilha do Campeche, anotam o número de passageiros por embarcação e repassam as informações sobre o excesso de pessoas ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e ao Ministério Público Federal (MPF), mas dizem que não podem barrar a descida de visitantes. Além de contribuírem para que o número máximo de pessoas na ilha seja excedido, as embarcações que não estão incluídas no TAC também não contribuem com a taxa de preservação que é cobrada por pessoa e repassada diretamente pelas associações credenciadas.

O excesso diário de pessoas na Ilha do Campeche tornou a situação insustentável e os pescadores das associações cadastradas já tentaram resolver a situação de forma isolada, impedindo que embarcações irregulares aportassem na Ilha. Diversos embates e inclusive acidentes já foram registrados. Segundo registro no livro de ocorrências da ilha, durante a temporada uma pessoa que estava em uma lancha não autorizada a fazer o desembarque de passageiros na ilha se acidentou ao tentar descer do barco e fraturou a bacia. 

Preocupado com a situação e buscando apoiar o Iphan e MPF (Ministério Público Federal) na busca por uma solução quanto a preservação e a visitação desordenada, o Vereador Vanderlei Farias, o Lela(PDT), que é vice-presidente da Comissão de Turismo e Assuntos Internacionais da Câmara Municipal de Florianópolis, protocolou pedido de audiência pública para discutir a respeito.

Esta audiência está marcada para acontecer na próxima quinta-feira, 12 de abril, às 14horas no Plenarinho da Câmara. Para participar do encontro, foram convidados à estar presente todas as entidades que assinam o TAC, a Prefeitura de Florianópolis, Capitania dos Portos, Corpo de Bombeiros, Policia Militar, ACIF, Associações Comunitárias e PROCON, que deve ser acionado para fiscalizar a cobrança de altos valores pela travessia por parte das associações credenciadas.

 

Da Redação