Imagem da Ilha

O tema da CASACOR Santa Catarina, “Do presente, o agora”, é um convite para a reflexão sobre o futuro do planeta. Propor soluções para que os seres humanos e a natureza possam existir em equilíbrio e harmonia, é um dos grandes desafios dessa reflexão.

Segundo dados do Global Waste Management Outlook 2024 (GWMO 2024), relatório da ONU, o Brasil está 50% abaixo da média no índice de reciclagem da América Latina e até 2050 estima-se que a produção de resíduos deva crescer mais de 50%. 

Conscientes dessa urgência, profissionais da mostra apresentam tendências, propostas inovadoras e inéditas, descarte consciente, reaproveitamento e um vasto uso matérias-primas, cujos insumos derivam de materiais naturais, recicláveis e de baixo impacto ambiental. A seguir, confira alguns projetos que destacam soluções sustentáveis e tecnológicas na mostra.

1. Kuya´buka Restaurante, 3P Studio e DG Arquitetura (Foto home)

Assinado pelas arquitetas Aline Pires, Natália Prates, Lavínia Duzzo e a engenheira Julia Prado, o projeto apresenta diversas soluções sustentáveis. Destaque para as paredes de argila e de resíduos da construção civil - que também é usado nas bases das mesas. 

O revestimento do chão e dos bancos é de Chukum, material artesanal, natural e renovável, tendência para alternativas sustentáveis. As mesas do espaço são compostas por retalhos de pedra que seriam descartados em marmorarias, as cadeiras feitas com madeira de demolição e os estofados, de retalhos de tecidos. 

Na decoração, o espaço valoriza o uso de cerâmicas e tapeçarias decorativas feitas de insumos naturais e obras de arte feitas a partir de resíduos, como folhas e galhos secos e lixo reciclado.

2. Casa Concha, IdeaBaln

Assinado pela paisagista Cintia Senna e o arquiteto Rafael Gomes, o projeto de paisagismo Casa Concha conta com iluminação que permite o controle automatizado da intensidade e temperatura de cor, promovendo a economia de energia e o crescimento saudável das plantas do ambiente. 

O uso de lâmpadas de espectro completo, que imitam a luz solar, garante que as plantas realizem a fotossíntese adequadamente, emitindo as faixas de luz essenciais para o desenvolvimento das espécies. 

O ambiente apresenta soluções que refletem a sustentabilidade no processo de pré e pós mostra. Os painéis vazados em marcenaria foram feitos de forma artesanal, do reaproveitamento de chapas de MDF que iam para descarte. O forro curvo, após a desmontagem da mostra, será reaproveitado como forração para futuro abrigo social.

O projeto Casa Concha conta com soluções tecnológicas de iluminação e reaproveitamento de forro e MDF. (Denilson Machado/CASACOR)

3. Praça “O Futuro é Ancestral”, Ana Trevisan Espaços Vivos

Abarcada pelo tema da mostra catarinense "De presente, o agora ", a arquiteta e paisagista Ana Trevisan, de etnia Guarani, se inspirou na cultura indígena para a escolha das plantas e estética para o projeto. 

Em meio aos vasos preenchidos com flores comestíveis, plantas e ervas com diversos benefícios à saúde, cadeiras e espreguiçadeiras, destacam-se os tablados de madeira ecológica sob a árvore João Bolão. 

O Jardim de Cura, cultivado em jardineiras modulares, chama a atenção para a propriedade terapêutica de ervas e plantas, especialmente, num tempo de excessiva medicação. O verde é usado sem moderação nos jardins verticais, neste caso, revestindo ainda as colunas do pórtico do hall de entrada.

À noite o projeto luminotécnico revela o desenho da praça com destaque para a árvore João Bolão, que recebe projeção de luz na cor vermelha, abordando os efeitos devastadores das queimadas recentes nos biomas naturais e na vida dos povos originários. 

Ana Trevisan assina a Praça “O Futuro é Ancestral”. (Foto/Mariana Boro)

4. Refúgio de memórias, SUM + Studio

A proposta do ambiente assinado pela arquiteta Bruna Tuon Sposito vai além da estética, valorizando a longevidade, o reaproveitamento e aproveitamento completo dos recursos, sem desperdícios. 

No mobiliário há a reutilização de peças com história, como as poltronas herdadas do bisavô e louças de antiquário. Além disso, o mobiliário solto - coleção Regenera, da Dü Design - é feito da madeira da Uva do Japão, árvore considerada invasora. Seu aproveitamento é parte de todo ciclo da cadeia produtiva: após a criação do objeto, com as sobras da madeira, são fabricados blocos destinados ao cultivo de cogumelos. 

O ambiente Refúgio de memórias apresenta soluções sustentáveis que refletem um cuidado consciente com aproveitamento completo dos recursos, sem desperdícios. (Foto: Lucas Reitz/CASACOR)

De presente, o agora

Na tradução do tema “De presente, o agora”, os profissionais investigam a ancestralidade e chamam à reflexão sobre as possibilidades de futuro, diante do cenário atual do planeta, com a emergência climática e as questões que envolvem os eixos social, ambiental e econômico da sustentabilidade. 

O tema está impresso nos traços, materiais, objetos e mensagens dos ambientes. Com grande movimentação do mercado local, a CASACOR mostra mais uma vez sua importância e por que a marca é reconhecida como a maior e mais completa mostra de arquitetura, design de interiores, paisagismo e arte das Américas. 

Da redação

Para receber notícias, clique AQUI e faça parte do Grupo de WHATS do Imagem da Ilha.

Gostou deste conteúdo? Compartilhe utilizando um dos ícones abaixo!

Pode ser no seu Face, Twitter ou WhatsApp!

Para mais notícias, clique AQUI