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Ambiente intimista marca estreia da OSA Arquitetos

O escritório de Blumenau e de Balneário Camboriú assina o Quarto Suna a convite da Reveev Colchões. Um espaço de 70 m² de acolhimento ao corpo e à alma, aliando conforto e minimalismo ao sensorial, ao descanso e à sensação de paz (Fotos: Divulgação)

Publicado em 05/08/2021

O espaço projetado para a CasaCor SC 2021, de 70 m², leva o nome de Quarto Suna, palavra japonesa para areia. Um local destinado ao descanso e à sensação de calma e fluidez. Celebra a beleza imperfeita, a dualidade, a impermanência da vida. Emprega uma linguagem que transcende tempo e espaço, com diferentes texturas e elementos naturais, unidos por tons claros e linhas sóbrias, com pontuações opostas, de tons escuros e linhas curvas. O contemporâneo aliado às raízes culturais, o minimalismo combinado ao tradicional, o senso estético puro embasado à função. O projeto é da OSA Arquitetos, que estreia na mostra.  

A planta é dividida por um grande pórtico retilíneo, de bordas suaves. Multifuncional, setoriza o ambiente em dois usos, a área de descanso (cama e estar) e a área prática (sala de banho e closet). O carpete demarca o caminhar da área de descanso, de maior dimensão, e convida o caminhar sem sapatos. Para manter o conforto, a área prática leva piso em madeira tauari. Ainda assim a circulação é integrada e fluida, criando um circuito agradável e dinâmico.

O descanso é definido pela Cama Orgânica, criação autoral da equipe OSA para a marca de colchões Reveev tem no seu conceito a sensação de acolhimento. Suas linhas arredondadas, fluidas, e seu tecido felpudo, remetem às formas essenciais da natureza. “A curva quebra a formalidade, a seriedade e flutua no espaço, apesar do seu grande tamanho”. Além disso é multifuncional e tecnológica. Pensada para ser também mesa de cabeceira e carregar o celular, assento para calçar sapatos, tatame para meditar. Conta com iluminação sensorial balizadora e tem caixas de som acopladas. A parceria ainda rendeu uma inspiração especial para o teto ripado, que ao mesmo tempo que denota os painéis japoneses Shōji, lembra os estrados dos antigos colchões, a estrutura original de uma cama. Para máximo efeito, fitas em led automatizadas, tem efeito de luz indireta que dança como areia em movimento, ditando o ritmo de calmaria ao espaço.

Ao lado da cama, uma grande escultura formada por raízes residuais de uma árvore centenária de imbuia, enfatizam ao tema da CasaCor, Casa Original. Na cabeceira da cama, a parede revestida por painéis no tom carvalho natural conectam a cama ao estar. A mesa redonda Sino, proporciona dinamicidade de apoiar, jantar ou trabalhar. É pontuada por cadeiras Berg, de Sérgio Rodrigues, e 12 pendentes Corda, de Guilherme Wentz. Aos fundos a prateleira chanfrada em mármore Paraná levigado flutua com seus nove metros e mais de 40 vasos cerâmicos produzidos artesanalmente no Parque Nacional da Serra da Capivara, declarado pela Unesco Patrimônio Cultural da Humanidade. 

Outra grande âncora do ambiente, a poltrona Chifruda, de Sérgio Rodrigues, se encontra no eixo visual de entrada do ambiente e conversa diretamente com a cama, sugerindo o quarto como um ambiente de trocas. É complementada lindamente com a obra de Elizabeth Jobim, num jogo de linhas. Entre outras obras artísticas, produções de André Azevedo, Célia Euvaldo, André Nacli, Studio L, Mestra Irineia. Iluminando pontualmente o espaço, o abajur Snoopy, desenhado por Achille e Pier Castiglioni e a arandela Antígone, de Waldir Junior.

Na sala de banho, banheira de imersão mate tem apoio do banco Mocho e uma prateleira de seis metros abrigam inúmeras velas. O pé-direito baixo também recebe carvalho e aquece a temperatura. A área de lavatório recebe louças e metais Deca assinados por Jader Almeida que misturam tons de branco e preto fosco, além do espelho retroiluminado. Já o guarda-roupas, é uma arara aberta e prática, recebe um cabideiro também assinado pelo escritório OSA. Com o nome de Galho, é metálico com pintura preta fosca, tem formato orgânico que lembra um galho de árvore.

O linho é visto nas roupas de cama, roupas da arara e cortinas que emolduram as janelas paralelas à cama. A areia do nome do ambiente se faz presente do revestimento das paredes, em papel ecológico, que será posteriormente reutilizado. Aliás, cerca de 75% do ambiente será reutilizado pela modulação como foi projetado. “A sociedade pede paz, pede calma, pede conforto, pede essência. É nesse ponto que a arquitetura pode e deve influenciar a vida das pessoas. Um quarto que te mostre o que é essencial, com todo conforto para nossa saúde emocional, mas sem esquecer que vivemos em novos tempos. É tempo do despertar da nossa consciência, de sustentabilidade, de empatia, sem excessos desnecessários” ressalta Martina, coordenadora do projeto.

Detalhe dos detalhes, o cheiro do ambiente lembra a brisa do mar, cocos frescos como centro de mesa, lenhas, velas, muitos livros e uma música leve que convidam à contemplação. “Descanso para o olhar, respiro para a mente, corpo relaxado, paz no coração. Um convite às sensações.”

Sobre a OSA Arquitetos

A OSA Arquitetos atua há 20 anos com projetos de edifícios, casas e arquitetura de interiores residenciais e corporativos. Atualmente, possui escritórios em Blumenau e em Balneário Camboriú. A convite da European Cultural Centre, o escritório participou da exposição Time Space Existence durante a Bienal Internacional de Arquitetura de Veneza de 2018, e em 2020 participou da London Design Festival. Em 2021, recebeu destaque na revista francesa Artravel com a publicação do projeto da Casa Bravíssima.

Da redação

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