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Documentário discute proibição do surfe durante a pesca da tainha

Foto: Carlos Portella - Divulgação

Publicado em 14/09/2015

Estreia nesta quinta-feira, 17/9, o documentário “A tainha e a onda”, de Carlos Portella. O filme aborda a questão da proibição do surfe em algumas praias de Florianópolis entre maio e julho, em função da pesca da tainha. A exibição acontece às 20 horas, na sala de cinema do Centro Integrado de Cultura, em Florianópolis. A entrada é gratuita. 

Com 52 minutos de duração, o documentário foca na questão do confronto entre pescadores e surfistas, que se intensificou nos anos 1980, com o aumento na prática do esporte. A restrição foi estabelecida pela lei municipal 4601, em 1995, e determina: fica proibida a prática de surf em todos os balneários da Ilha de Santa Catarina, exceto na Praia Mole e Joaquina, de 1° de maio a 15 de julho, período de pesca da Tainha. Mas o longa vai além, trata também da colonização de Florianópolis, da tradição da pesca da tainha e do início da prática do surfe, na década de 1970, principalmente com a chegada de cariocas e gaúchos em busca de boas ondas. O filme A tainha e a onda ouve pescadores, surfistas, presidentes de entidades ligadas ao setor, fabricantes de prancha, oceanógrafo, delegado de polícia e antropólogo, estabelecendo um debate sobre o tema.

O diretor Carlos Portella, que também é surfista, decidiu investigar o tema depois de uma temporada na Austrália, onde percebeu que, durante a temporada de pesca, pescadores e surfistas convivem pacificamente. Em Florianópolis, os surfistas reclamam que a lei é inconstitucional e ameaçam entrar com uma ação. Querem que além das praias Mole e Joaquina, seja permitido o surf também em outros balneários durante a temporada da pesca da tainha.

Também existem momentos de trégua. “Em algumas praias, quando o mar está grande, impróprio para a pesca, os surfistas estão liberados para surfar, mas quando está pequeno, eles são bem-vindos a puxar a rede e levar uma tainha pra casa”, explica Portella. Segundo o diretor, o filme foi rodado com o propósito de respeitar as duas culturas, tanto da pesca, como do surf, e o objetivo é ampliar o tema para o grande público.

O filme foi patrocinado via leis federal e municipal de cultura e será distribuído pela internet e para escolas, bibliotecas e associações de bairros da cidade incentivando o esporte, a aventura e o amor à cultura. Está prevista ainda outra sessão no cinema do CIC, no dia 19, também às 20h, sempre com entrada gratuita.

Da redação