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Você conhece um vinho reduzido? O sommelier explica!

Foto: Repodução/Internet

Publicado em 03/09/2021

Você já provou um vinho reduzido?

Não estou falando de uma minigarrafa ou de reduzir o vinho na panela, mas, sim, um vinho com aromas redutivos. Confundiu ainda mais?

Pois é, nós, profissionais, usamos normalmente esse termo, mas nem sempre pensamos o quão complicado pode parecer para algum cliente ou consumidor ouvir esse atributo quando está degustando um vinho. Além disso, é uma descrição que até mesmo alguns mais iniciados confundem. Mas, afinal, do que estamos falando quando ouvimos essa palavra?

Bom, redução geralmente significa aromas criados na ausência do oxigênio (o contrário seria oxidativo), esses aromas são intensos, contém enxofre e são produzidos durante a fermentação pelas leveduras estressadas e sem nutrientes suficientes. Vale lembrar que, técnicas redutivas de fermentação podem ser muito utilizadas e, quando feitas com cuidado e destreza, produzem vinhos aromáticos e muitos deles podem ter aromas que muita gente classifica como minerais, como pedra de isqueiro, por exemplo.

Mas, quando temos problemas os aromas redutivos, podem nos trazer desagradáveis notas de ovo podre, repolho cozido e alho, por exemplo. A criação de mercaptanos e Sulfato de Hidrogênio formando esses compostos de enxofre é que são responsáveis por esses aromas desnecessários. Outro motivo pode ser um residual de enxofre trazido pelas uvas de um vinhedo com excessos de tratamentos ou aplicado no mosto e antes do engarrafamento.

A boa notícia é que, na maioria das vezes, esses aromas desaparecem após uma aeração intensa, gerando uma oxidação, ou com a ajuda de uma moedinha de cobre. Pegue uma moeda de cinco centavos limpinha e coloque na taça. Após uma breve mexida na taça, o metal reage com os compostos de enxofre, ou thiols, produzindo um composto sem odor chamado sulfeto de cobre.

Então, ao contrário de outros defeitos, como brett, quando encontramos um vinho com aromas defeituosos vindos da redução, não precisamos nos desesperar. É só tentar fazer alguns dos processos acima e está resolvido, você pode beber seu vinho com tranquilidade.

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Sobre o autor

Eduardo Machado Araujo

Certified Sommelier - Court of Master Sommeliers


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