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BEBIDAS - 1ª QUINZENA DE NOVEMBRO


Publicado em 13/11/2014

O universo dos vinhos americanos

Minha formação Internacional em vinhos foi feita na Califórnia, já havia morado por lá e confesso que sou apaixonado por aquele lugar. A variedade de coisas e lugares fantásticos ao seu redor é algo incrível e, além disso, eles são responsáveis por mais de 80% dos vinhos produzidos nos Estados Unidos.

A história dos americanos com vinhos é muito antiga. Durante muito tempo eles fracassaram em tentar produzir vinhos com as uvas locais e só após a chegada de videiras europeias e nos locais certos, como a Califórnia, por exemplo, surgiram resultados favoráveis. Daí em diante muita coisa aconteceu e o vinho americano ganhou o mundo, principalmente após o famoso Julgamento de Paris, em 1976. Hoje, alguns dos grandes vinhos do mundo são produzidos por lá.

Isso tudo pode parecer, e pela minha experiência parece, surpresa pra maioria dos consumidores de vinhos no Brasil, visto que são raros os rótulos Yankees por aqui, mas não é surpresa se pensarmos que a maior parte dos vinhos produzidos por lá são também bebidos por lá. Talvez não haja povo tão nacionalista quando o americano e isso resulta em um mercado interno muito aquecido. Falando nisso, como uma nação, eles já são os maiores consumidores de vinhos do mundo e já figuram em quarto lugar na produção mundial, somente atrás dos três tradicionais países europeus: França, Itália e Espanha.

Os americanos são perfeccionistas, mas também muito inovadores, pois praticamente todas as uvas que conheço são plantadas por lá, criando uma enorme variedade de vinhos para os mais conservadores e pra todos os curiosos, que aliás, são muitos. O mercado mais aquecido de cursos e formação em vinhos que conheço é, sem dúvida, o americano. Por lá moram a grande maioria dos Master Sommeliers (MS.), título conferido a apenas 204 pessoas no mundo todo pela Court of Master Sommeliers, após muitos anos de estudo e uma prova absurdamente difícil, que já comentei por aqui.

No último mês, uma importadora de vinhos americanos promoveu um evento em São Paulo chamado American Wine Show e por lá estava um dos principais nomes no ramo, o Master Sommelier Geoff Kruth, realizando uma série de degustações e aulas sobre o assunto. Achei interessante esse investimento no mercado brasileiro, já que sempre acreditei que o estilo dos vinhos americanos são ótimos para saciar o gosto dos consumidores daqui.

Por lá são produzidos alguns dos grandes Cabernet Sauvignon do mundo, principalmente na região do Napa Valley, ao Norte da Califórnia, mas dezenas de outras regiões produzem outras tantas uvas fantásticas, como a Zinfandel, brancos intensos de Chardonnay e onde o clima favorece excelentes Pinot Noir. Nesse último caso, não somente na Califórnia, mas no Oregon, um pouco acima, outro estado que se destaca é Washington, mas é ainda mais difícil de encontrar por aqui.

Para aqueles que querem provar, destaco dois exemplares: um Cabernet Sauvignon californiano com boa relação entre preço e qualidade chamado Ironstone e um Pinot Noir da Erath, em Oregon, uma das principais vinícolas de lá. Cheers!


Sobre o autor

Eduardo Machado Araujo

Certified Sommelier - Court of Master Sommeliers


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