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As borbulhas que fazem sucesso o ano inteiro

(Foto: Divulgação)

Publicado em 06/12/2016

Você já deve ter ouvido muita gente falar que o nosso melhor vinho é o espumante. E chegando essa época do ano não tem como não pensar nas borbulhas de um vinho refrescante para aliviar o calor do verão e para comemorar a chegada de um novo ano. O espumante nacional caiu na graça do brasileiro não só nessa tradicional festividade, mas também durante o ano todo, seja em jantares, bate papos e outras festas em geral.

Nossa cultura cervejeira até facilita o caminho para novos bebedores, pois se trata de uma bebida geralmente leve, com acidez refrescante, gastronômica e, que assim como as cervejas, se degusta gelada. Quem não gosta de passar uma tarde na piscina bebendo um bom espumante?

Há pouco tempo ouvi um sommelier falando que o “espumante brasileiro é o segundo melhor do mundo, atrás do champanhe!” e aí então fiquei com uma pulga atrás da orelha. Que mania que nós temos de querer competir em tudo e criar imagens de melhor, pior, rankings, etc, para uma bebida que está há pouco tempo encantando naturalmente o consumidor, não só pela sua qualidade, mas também pelo seu preço frente à concorrência importada.

Podemos dizer com segurança que temos dezenas de espumantes sensacionais, dos mais variados estilos e métodos de produção e que sim, muitos deles, principalmente os que são feitos pelo Método Tradicional (Champenoise) já ganharam premiações e destaque internacional, mas não podemos nos esquecer que existem muitos países e regiões com grande tradição e qualidade no mercado.  Hoje, as ofertas de marcas nacionais são enormes, e os estilos já são muito maiores que a tríade – Brut, Moscatel e Demi-Sec – de outrora. Estamos vendo cada vez mais espumantes com menor adição de açúcar (extra-brut e Natures) e uma excelente onda de Rosés, Blanc de Noirs (brancos feitos somente com uvas tintas) e até mesmo aqueles em que a levedura da segunda fermentação permanece na garrafa, os chamados Crus ou sem dégorgement.

Pelo mundo afora, além dos espetaculares champanhes que são referência em estilo e qualidade, temos regiões clássicas como Cava, que apesar de produzir alguns rótulos em massa, também faz muita coisa especial. Na Itália, o melhor que degustei vem das regiões de Franciacorta (Lombardia) e Trento. Portugal produz alguns dos espumantes mais impressionantes pelo preço, principalmente na Bairrada. Outra região que não é muito conhecida no Brasil para esse estilo de vinho é a África do Sul, com seu método tradicional chamado “Cap Classique”. Como sempre os americanos não ficam atrás e a AVA de Carneros, na entrada do Napa e Sonoma Valleys, tem produtores incríveis. Somo isso introduzindo duas regiões sem a menor tradição vinícola que estão no mapa dos bons espumantes. São eles: a parte sul da Inglaterra e a ilha da Tasmânia. Mas, infelizmente, são difíceis de achar.

E para não ficar só na teoria, e realmente falar de bons espumantes, dou algumas dicas para todos os gostos e bolsos:

Para quem gosta dos mais docinhos, mas não quer exagerar, sugiro o Santa Augusta Moscatel (R$52,00). Um dos meus espumantes preferidos vai na contra mão da doçura. É o Dunamis Brut Nature (75,00). Quem gosta de Rosé, não pode deixar de provar o catarinense Suzin Brut Rosé (R$55,00) e quem quer permanecer com os clássicos e nunca errar é só ficar com a Miolo Cuvée Tradition, do Vale dos Vinhedos (R$60,00), Cavas Hill, de Penedés (R$100,00), ou um grande champanhe oficial da Família Real Inglesa, o Lanson Black Label (R$420,00). Cheers!


Sobre o autor

Eduardo Machado Araujo

Certified Sommelier - Court of Master Sommeliers


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