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Vacinação é a melhor forma de evitar a leishmaniose

(Foto: Reprodução)

Publicado em 28/08/2017

O aumento no número de casos de leishmaniose visceral em cães de Florianópolis e o registro, no fim de agosto, do primeiro caso de leishmaniose visceral humana contraída dentro de Santa Catarina acendeu um alerta para a importância da prevenção.  Donos de pets, principalmente os mantidos em quintais, e as autoridades públicas precisam tomar medidas para controle da doença.

A Leishmaniose Visceral Canina (LVC) é uma grande preocupação para os tutores não apenas pelo risco de também serem infectados, mas porque há um desafio muito grande na área veterinária para tratar os pets com a doença. A LVC é transmitida pelo mosquito-palha ou birigui (Lutzomyia longipalpis) que, ao picar, introduz na circulação do hospedeiro o protozoário leishmania. O cachorro não transmite a doença para outros cães nem para humanos, mas uma vez contaminado se torna portador – caso seja picado, infecta o mosquito-palha com a doença, tornando o inseto transmissor.

IDENTIFICAÇÃO DA DOENÇA

Deve-se sempre fazer o diagnóstico de Leishmaniose acompanhado de um veterinário, pois 60% dos cães infectados são assintomáticos. Contudo, algumas manifestações no corpo do animal de estimação podem indicar que há presença de LVC como: lesões de pele, perda de peso progressiva, atrofia muscular, intolerância a exercícios, apetite diminuído, cansaço, lesões oculares, sangramento nasal, crescimento exagerado das unhas, vômito e diarreia.

Nas pessoas, os sintomas são: febre intermitente com semanas de duração, fraqueza, perda de apetite, emagrecimento, anemia, aumento do baço e do fígado, comprometimento da medula óssea, problemas respiratórios, diarreia e sangramentos na boca e nos intestinos. A Secretaria Municipal de Saúde orienta que pessoas com os sintomas da doença façam um exame laboratorial. O tratamento é gratuito e precisa ser feito em um hospital.

PREVENÇÃO

A prevenção é o método mais eficiente para evitar a contaminação. Recomenda-se o uso de inseticidas e repelentes em animais saudáveis como nos infectados, para evitar a reinfecção (para cães há coleira com essa ação). Também é recomendável fazer a limpeza de terrenos e casas, podar periodicamente as árvores e evitar a criação de porcos e galinhas em áreas urbanas. Isso porque o mosquito transmissor se reproduz em locais com sombra e acúmulo de matéria orgânica em decomposição.

Em cães, os métodos preventivos contam com uma arma muito importante: a VACINAÇÃO! Somente o médico veterinário poderá realizar a vacinação, após exame clínico e sorológico negativo para a LVC. O cão deverá ter mais de quatro meses de vida e o protocolo inicial da vacina deve ser feito com três doses intervaladas de 21 dias entre as aplicações. A revacinação é anual.

O uso de camisa de manga comprida, calça, bota e boné em área de mata ou entorno, principalmente a partir das 17h, também é importante. A orientação da Secretaria Municipal de Saúde é que o morador da capital que tiver um cachorro que apresentar os sintomas procure seu veterinário. 


Sobre o autor

Marcelo Puls da Silveira

Marcelo é veterinário da clínica Santo Chico


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