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Distúrbios do sono


Publicado em 16/07/2016

Os distúrbios do sono estão entre os problemas clínicos mais comuns da medicina e da psiquiatria. Um sono não restaurador ou inadequado pode prejudicar muito a qualidade de vida de uma pessoa. Distúrbios do sono podem ser primários ou secundários a uma variedade de condições médicas e psiquiátricas. Os primários resultam de alterações endógenas e podem ser divididos em duas grandes categorias. 1- Parassonias: experiências ou comportamentos incomuns que ocorrem durante o sono. O distúrbio do sono terror e o sonambulismo acontecem durante o estágio quatro do sono, e o distúrbio de pesadelo ocorre durante um movimento rápido dos olhos (sono REM). 2 – Dissonias: caracterizadas por anormalidades na quantidade, qualidade ou tempo de sono. Elas incluem insônia primária e hipersonia, narcolepsia, apneia do sono e distúrbio do ritmo circadiano do sono.

É importante distinguir os distúrbios primários dos secundários. Às vezes é difícil determinar se a ansiedade e a depressão são as causas dos problemas do sono ou se são secundárias a um problema primário do sono. Insônia primária é o termo geral para a dificuldade em iniciar ou manter o sono. A insônia é considerada clinicamente significativa quando um paciente percebe a perda de sono como um problema, pois as necessidades do sono são diferentes para cada indivíduo. Ela pode ainda ser caracterizada como aguda (transitória) ou crônica.

O sono é dividido em duas categorias, cada uma associada a padrões distintos de atividade do sistema nervoso central. 1 - sono REM: é caracterizado pela atonia muscular, movimentos rápidos dos olhos episódicos e ondas rápidas de baixa amplitude no eletroencefalograma. Os sonhos ocorrem principalmente durante o sono REM. 2- sono não REM: este é ainda subdividido em quatro categorias progressivas chamadas estágios do sono 1 a 4. O limiar de excitação aumenta a cada estágio e o estágio 4 (Delta), caracterizado por ondas lentas de alta amplitude, é o estado do sono em que a excitação é mais difícil.

Distúrbios no padrão e periodicidade do sono REM e não REM são frequentemente encontrados em pessoas que admitem experimentar distúrbios do sono. Os ciclos de sono vigília são regidos por um conjunto complexo de processos biológicos que servem como relógios internos. O núcleo supraquiasmático, localizado no hipotálamo, imagina-se ser o cronometrista anatômico do corpo, responsável pela liberação da melatonina sobre um ciclo de 25 horas. A glândula pineal segrega menos melatonina quando se fica exposto à luz. Portanto, o nível deste produto químico é menor durante as horas do dia de vigília.


Sobre o autor

Dr. Jamil Mattar Valente

Médico cardiologista e responsável pela coluna de medicina preventiva do Jornal Imagem da Ilha


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