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Cuidados com a pressão arterial - Parte 2

(Foto: Divulgação)

Publicado em 21/10/2016

Uma dieta rica em potássio ajuda de forma modesta a controlar a hipertensão arterial sistêmica. Frutas de um modo geral contêm uma boa quantidade de potássio, especialmente laranja e banana. Uma alimentação repleta de vegetais e pobre em gorduras, carnes vermelhas e refrigerantes que contenham açúcar, também atua em sua redução. A melhora na detecção dos portadores da doença, como a organização de programas para avaliação da pressão arterial, a orientação na mídia sobre a importância do diagnóstico e do tratamento da doença, o acesso mais fácil aos serviços de saúde públicos e privados, e o tratamento adequado dos portadores, têm sido uma grande causa do declínio na taxa de mortes por acidente vascular cerebral, assim como na importante redução da incidência de hospitalizações relacionadas à insuficiência cardíaca.

A hipertensão arterial sistêmica em cerca de 50% dos casos é totalmente assintomática. Mesmo em situações onde a pressão arterial é muito elevada e existe sério risco de um acidente vascular cerebral, a pessoa pode não apresentar sintomas. Nos outros 50% que apresentam sintomas, as queixas são diversas, como cansaço aos esforços, tontura, dores de cabeça, principalmente na região da nuca, mais frequentes no período da manhã, palpitações, falta de ar, alteração na visão, náuseas e vômitos, e dor no peito. Pelo fato de metade dos portadores de hipertensão serem assintomáticos, é muito importante a identificação destas pessoas para que sejam encaminhadas para tratamento. A suplementação através de pílulas contendo potássio, cálcio, magnésio ou óleo de peixe são intervenções de eficácia não comprovada.

Apesar das fortes recomendações em favor de programas de detecção e tratamento da hipertensão arterial, o controle dessa doença permanece muito longe dos níveis desejados, tanto nos países mais desenvolvidos, como nos países subdesenvolvidos. Um estudo mostrou que o tratamento para a doença é mais eficaz ao educar pacientes e provedores de saúde, do que somente profissionais da saúde. Isto sugere que quando há uma participação ativa dos pacientes, a efetividade do tratamento é superior.

Outro grande estudo revelou que o monitoramento domiciliar, com suporte de enfermagem através de um telefone é mais eficiente no controle da hipertensão arterial que em um monitoramento domiciliar isolado. A avaliação do paciente apenas no consultório médico tem se mostrado menos precisa que a avaliação no consultório juntamente com a monitoração domiciliar. É comum o paciente apresentar medidas de pressão arterial superiores em consultório médico àquelas medidas em ambiente domiciliar, diferenças estas causadas por apreensão e ansiedade que podem ocorrer nesse ambiente.

 

 


Sobre o autor

Dr. Jamil Mattar Valente

Médico cardiologista e responsável pela coluna de medicina preventiva do Jornal Imagem da Ilha


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