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O selênio é um mineral que possui um papel importante em muitas funções biológicas no nosso organismo. As consequências da deficiência de selênio foi demonstrada pela primeira vez em estudos experimentais com ratos.  Os animais de laboratório eram privados do consumo de vitamina E na alimentação. Como resultado disso, foi observado lesão no fígado, que poderia ser prevenida com a suplementação de selênio na dieta.

Nos seres humanos e nos animais, o selênio na maioria das vezes é encontrado na forma de aminoácidos contendo selênio, os quais são a cisteína e a metionina. São boas fontes de selênio, os frutos do mar, rins, fígado e carnes em geral, mas formas inorgânicas de selênio são usadas em suplementos dietéticos. O selênio também tem grande importância na defesa antioxidante e atua na produção de hormônio da tireoide.

Há que se ter cuidado porque a faixa de requerimento básico do selênio é estreita e a dose tóxica fica próxima da faixa de requerimento básico. A suplementação de selênio na dieta pode ser benéfica para indivíduos com ingestão deficiente de selênio, todavia pode ser tóxica para os indivíduos que já têm uma ingestão normal ou alta de selênio. A principal via de excreção do selênio é a urina.

A deficiência severa de selênio no nosso organismo está associada com disfunção dos músculos esqueléticos e também com uma doença do músculo cardíaco chamada cardiomiopatia dilatada, que causa insuficiência cardíaca. A sua deficiência pode ainda causar transtornos do humor, deficiência do sistema imunológico, macrocitose, e unhas esbranquiçadas.

Existem algumas regiões na China onde a população tem deficiência de selênio na alimentação. Nestas regiões, é alta a prevalência de cardiomiopatia dilatada. A suplementação de selênio nestas pessoas produz uma reversão do quadro de insuficiência cardíaca.

No sistema imunológico, estudos têm demonstrado que a deficiência de selênio causa prejuízo nas funções de defesa do nosso organismo. A suplementação de selênio pode diminuir a inflamação causada por um distúrbio autoimune na tireoide, chamado tireoidite de Hashimoto.

Estudos epidemiológicos têm suportado a possibilidade de que existe uma relação de suplementação de selênio com redução de mortalidade por câncer. Mas isto necessita de mais investigação. Com relação à prevenção de doença cardiovascular isquêmica, os estudos com suplementação de selênio têm mostrado resultados mistos e não é possível ainda afirmar que a suplementação de selênio produz proteção contra eventos cardiovasculares.