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A importância do cromo no nosso organismo

Foto: Reprodução

Publicado em 25/07/2018

O cromo foi descoberto em 1957. Nesse ano, experimentos observaram que um composto extraído dos rins de ratos, conseguia reduzir o nível da glicose no sangue destes animais quando eles tinham hiperglicemia (glicose aumentada no sangue). Na época, por causa desse efeito, este composto foi chamado de fator de tolerância à glicose. Mais tarde esse fator foi entendido como sendo o cromo.

O cromo é um elemento de transição. Ele existe em diversos estados iônicos. O cromo da dieta está em um estado trivalente. A forma mais oxidada (Cr4+) é uma substância tóxica e perigosa à nossa saúde. O cromo é um componente que funciona como uma coenzima em várias reações metabólicas. As fontes de cromo na alimentação são bem variadas. Ele é encontrado principalmente em grãos, cereais, frutas, vegetais e carnes processadas. Estas últimas, apesar de hoje serem consideradas menos saudáveis do que as carnes não processadas, possuem uma maior quantidade de cromo.

Os anti-inflamatórios não hormonais, inibidores da produção de prostaglandinas, inibem a absorção do cromo a nível intestinal; já a administração de comprimidos de vitamina C causa um aumento na captação de cromo a nível intestinal. O uso de antiácidos contendo magnésio ou alumínio também inibe a sua absorção. A deficiência de cromo, na grande maioria dos casos, é encontrada em pacientes hospitalizados, com catabolismo e demanda metabólica aumentados, em vigência de um estado de má nutrição.

Os primeiros casos relatados em pacientes com deficiência de cromo foram naqueles que estavam em nutrição parenteral. A suplementação de cromo nestes pacientes melhora a tolerância à glicose. Outros pacientes em risco de deficiência de cromo são aqueles que tiveram retirada de parte do intestino, queimaduras, ou lesões traumáticas intestinais.

Alguns estudos têm sugerido uma associação entre deficiência de cromo, intolerância à glicose e alteração do perfil lipídico. Outros estudos têm mostrado uma associação entre diabetes mellitus tipo 2 e deficiência de cromo. Mas nenhuma confirmação de relação causal foi estabelecida até o momento. Não há evidência na literatura suportando a hipótese de que a suplementação de cromo em indivíduos sem deficiência dele possa ser benéfica. Chegou a existir interesse de modo geral no uso de suplementação de cromo como um método para melhorar a massa magra e aumentar a musculatura corporal. Contudo, múltiplos estudos não confirmaram alterações significativas na massa magra, na gordura corporal total ou na perda de peso como resultado da suplementação de cromo.

Não existem relatos na literatura, de efeitos adversos pela suplementação dietética de cromo. Estudos em animais sugerem que altas doses desse composto não são tóxicas, por causa da pobre biodisponibilidade por via oral. Todavia, trabalhadores em contato com metais inoxidáveis podem ter efeitos adversos por intoxicação com cromo.


Sobre o autor

Dr. Jamil Mattar Valente

Médico cardiologista e responsável pela coluna de medicina preventiva do Jornal Imagem da Ilha


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