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As pessoas que consomem grande quantidade de fibras e cereais integrais na dieta apresentam um risco reduzido de mortalidade por todas as causas, incluindo cardiovascular, e uma menor incidência de doença arterial coronariana e diabetes mellitus do tipo 2. Um estudo publicado na revista Lancet, em janeiro deste ano, comparou um grupo de pessoas que consomem grande quantidade de fibras e cereais integrais na dieta com um grupo que consome pouca quantidade destes componentes. Os achados do estudo fornecem evidência convincente para que as diretrizes de nutrição aumentem o foco no enriquecimento de fibras na dieta e na substituição de cereais refinados pelos integrais. "Isto reduz a incidência de um amplo espectro de importantes doenças, a mortalidade cardiovascular e a mortalidade por todas as causas", disseram os pesquisadores liderados por Jim Mann, da Universidade de Otago na Nova Zelândia.

Atualmente, o consumo médio de fibras na dieta por indivíduos adultos em todo o mundo é menos de 20 gramas por dia. Diretrizes britânicas de Nutrição recomendam aumentar esta quantidade para 30 gramas por dia, porém, somente 9% dos adultos britânicos seguem esta recomendação. A Organização Mundial de Saúde encomendou este estudo, financiado por várias organizações de pesquisas científicas, sem fins lucrativos, com a finalidade de fornecer informações sobre a associação entre a ingestão alimentar e desfechos de saúde como parte de uma atualização de recomendações de dieta em geral.

Os pesquisadores avaliaram através de metanálise, aproximadamente 135 milhões de pessoas por ano, de dados de 185 estudos prospectivos e 58 ensaios clínicos com 4.635 adultos participantes. Os resultados dos estudos prospectivos mostraram uma diminuição de 15% a 31% na mortalidade cardiovascular e de todas as causas, na incidência de doença arterial coronariana, AVC, diabetes tipo 2 e câncer colorretal, quando comparando os dois grupos. Para cada 8 gramas de aumento de fibras ingeridas na dieta diária, o total de mortes e a incidência de doença arterial coronariana, diabetes tipo 2 e câncer colorretal diminuiu de 2% a 19%. Os riscos de AVC e câncer de mama  também foram reduzidos.