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O estudo Ohsaki sobre o consumo de chá-verde

(Foto: Divulgação)

Publicado em 19/06/2017

O chá é a bebida mais consumida no mundo depois da água, com três bilhões de quilos produzidos a cada ano no mundo. Por causa das altas taxas de consumo pela população global, mesmo os seus pequenos efeitos podem ter grandes implicações para a saúde pública. Os polifenóis do chá-verde têm sido extensivamente estudados com o objetivo de se avaliar o grau de proteção contra doenças cardiovasculares e câncer.

Ainda que exista evidência substancial de estudos in vitro e em animais de que as preparações inibam doenças cardiovasculares e processos carcinogênicos, a possibilidade do papel protetor do chá-verde contra essas doenças ainda não está bem estabelecida em humanos.

Um artigo publicado na revista JAMA, em 2006, mostrou os resultados do estudo The Ohsaki National Health Insurance Cohort Study, que iniciou em 1994. Foram entrevistados mais de 40 mil japoneses adultos, com idade entre 40 anos e 79 anos, sem história de AVC, doença arterial coronariana ou câncer. Os participantes foram acompanhados por até 11 anos (1995-2005) por mortalidade de todas as causas, e acompanhados por até sete anos (1995-2001) por mortalidade de causas específicas.

Durante os 11 anos de acompanhamento (taxa de 86,1%), 4209 participantes morreram. Nos sete anos (taxa de acompanhamento de 89,6%), 892 participantes morreram de doença cardiovascular e 1134 participantes morreram de câncer. O consumo de chá verde foi inversamente associado com mortalidade por todas as causas, principalmente nas mulheres, porém, a mortalidade por doença cardiovascular foi mais forte.

Entre os tipos de mortalidade por doença cardiovascular, a associação inversa mais forte foi o AVC. Já a associação de mortalidade por câncer não foi significativa nos diferentes grupos de consumo de chá-verde quando comparados com o grupo que não consumia ou que consumia muito pouco. A conclusão dos autores foi que o consumo do chá-verde está associado com redução de mortalidade por todas as causas e com redução de mortalidade por doença cardiovascular, mas não está relacionado com redução de mortalidade por câncer.

 


Sobre o autor

Dr. Jamil Mattar Valente

Médico cardiologista e responsável pela coluna de medicina preventiva do Jornal Imagem da Ilha


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