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Há algo muito errado acontecendo com as mulheres, e muitas vivenciam este momento de forma tão automática e servil que nem ao menos se dão conta. Outras, são as que chegam no meu consultório, exaustas e sobrecarregadas por um estilo de vida que lhes foi comandado coletivamente, mas que as desorienta e as deixa perdidas.

Mas o que acontece? Acontece que há uma enorme confusão dos papéis vividos por homens e por mulheres. Com a corrida para um espaço próprio e em busca de sua autonomia, muitas mulheres “colocaram a carroça na frente dos bois” e não conseguem mais achar o caminho de volta.

Vamos tentar botar ordem na casa e nas ideias: nós, mulheres, não somos iguais aos homens. De forma alguma devemos nos comparar a eles. A maior diferença é que nós somos abençoadas com a possibilidade de gerar uma criança. Homens não. Somos também responsáveis por nutrir e cuidar dos nossos filhos. Amamentamos exaustivamente durante muito tempo, para que aquela criaturinha tão pequena comece a ganhar seu espaço neste mundo. Homens não amamentam. Somos fortes, sim, e conquistamos um espaço importante na sociedade, mas esquecemos de baixar a guarda e admitir que gostamos de verdade de gentilezas e carinho.

E com este movimento desenfreado das mulheres, muitos homens também se esqueceram dos seus papéis e ficam sem saber ao certo como devem agir. Entraram na onda do “pé de igualdade” e deixaram de lado aquilo que muitas vezes tanto buscamos em um companheiro: cuidados, atenção, carinho, segurança e amor. E, infelizmente, tenho que admitir: nós, mulheres, temos grande parcela de culpa nisso.

Buscamos um lugar ao sol sem nos dar conta de que deveríamos ser comedidas e continuarmos assim fazendo a manutenção da essência do feminino. Damos a impressão de que não precisamos de ninguém, que agora conseguimos fazer tudo o que sempre sonhamos e que ninguém mais nos tira deste posto.

Ledo engano. Os bastidores dessas mulheres ‘bem resolvidas” nos revelam o quanto sentem-se sozinhas, o quanto gostariam de ser cuidadas e admiradas pelo simples fato de serem apenas uma mulher. E o que é evidente, mas que é preciso ser dito, é que há necessidade de um movimento contrário, um caminho de volta, um retorno suficiente para reconhecermos novamente os papéis femininos e masculinos, aqueles, como diríamos, à moda antiga.

Você, mulher, que conquistou seu espaço, ganha seu dinheiro, cuida da casa, dos filhos e do marido, experimente jogar suas armas e escudo no chão. Entenda que você não está indo pra guerra. Você não precisa estar pronta pra batalha a todo momento. Homens buscam mulheres nas suas relações, e não alguém à sua semelhança. Feito isso, tenho certeza de que você será beneficiada pelos efeitos positivos deste movimento: maior proximidade, mais carinho, mais troca. Sem falar nos ganhos da vida sexual... mas isso falo em um outro momento.