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Um imóvel cheio de histórias
Casa no Centro de Florianópolis preserva os traços das décadas que passaram

Casa fica na esquina da Rua Bocaiúva com a Avenida Othon Gama D`eça (Fotos: Gabriela Morateli dos Santos/ Imagem da Ilha) **Clique para ampliar

Publicado em 26/05/2023

Nas últimas décadas, Florianópolis se transformou. O ar provinciano misturou-se com a atmosfera cosmopolita. Construções antigas estão cedendo espaço para empreendimentos modernos, mudando as características históricas da cidade. Porém, a capital catarinense ainda preserva traços de séculos passados. Ao passar pela casa que fica na esquina da Rua Bocaiúva com a Avenida Othon Gama D`eça, no Centro da cidade, é possível imaginar como era a capital catarinense há algumas décadas.

Nascido na década de 1950, Cásio Roberto sempre morou na casa que hoje tem a fachada em um tom terroso, mas que já teve outras cores. Lá, ele preserva lembranças de toda a sua família, que foram deixadas desde o avô, primeiro proprietário do imóvel e responsável por sua construção.


Imóvel chama a atenção por seu perfeito estado de conservação 
 
O pai, João Accácio, nasceu no local, em 1908, e sempre morou ali com a família, exercendo até mesmo o seu ofício de barbeiro no mesmo local. Casou e criou os 8 filhos. Cásio é o sétimo deles. “Meu pai nunca quis vender a casa, embora houvesse muitas propostas”, conta. Junto com Cásio, mora a irmã, Carmen. Os dois lembram com carinho da época remota da capital catarinense.

Momentos nostálgicos

Cásio conta que, em sua infância, aos 8, 10 anos, a Avenida Othon Gama Deça não existia e, grande parte dos terrenos vizinhos de sua casa, eram ocupados por seus familiares. A chácara de seus avós, por exemplo, se estendia até o terreno que abriga o Hospital Celso Ramos.


Um recanto em meio à cidade: no quintal são cultivadas cerca de 25 tipos de árvores frutíferas
 

Na redondeza era uma festa: primos brincando, piquenique em família no quintal, churrasco no fogo de chão ou peixe assado, idas à praia, que era logo ali, na Beira-Mar Norte, e muita música. “Todos deixavam as portas abertas, o cheirinho do feijão da minha mãe era sentido longe e vira e mexe algum vizinho vinha aqui pegar um pouco pra levar pra casa”, lembra Cásio.  


Charles III já foi Personagem da Semana do Imagem da Ilha 

No terreno de casa, tinha muitos animais e as frutas eram tiradas do pé, tradições que Cásio preserva até hoje. No quintal, tem cerca de 25 tipos de árvores frutíferas, dentre elas carambola, jabuticaba, jambo, uva, cereja, mamão e carambola. E, é claro, Charles III também está ali, o famoso galo que já foi Personagem da Semana do Imagem da Ilha.

A estrutura do imóvel é a mesma, porém, algumas reformas ocorreram para mantê-lo preservado. Na década de 1990 foi tombado pelo município, devido ao seu excelente estado de conservação. “A garagem era mais baixa, mais simples, e meu pai, antes de falecer, há 25 anos, sugeriu que eu reformasse, que fizesse a garagem mais alta. Daí fiz no formato de chalé para acompanhar o desenho da casa”, conta. Além disso, outras alterações foram feitas para garantir a segurança e preservar as características originais.


Dona Anézia é homenageada com busto na sala

 

O pai é homenageado com um busto de sua imagem no jardim, junto ao verde cultivado como tanto esmero. O interior da casa conserva lembranças da família em todos os cômodos. O ar nostálgico está em todas as partes, como nos móveis e objetos. Na sala, é a imagem da mãe que ganha destaque. Dona Anézia faleceu em 2015, aos 101 anos.


Cásio e Carmen revisitam diariamente as suas memórias

 

 

Texto escrito por Gabriela Morateli dos Santos

 

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