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Belezas negra e indígena são expostas em escola municipal
“Nossos corpos existem e resistem” reúne estudantes, familiares e funcionários que se se declaram pretos, pardos e indígenas

Estudantes Ricardo Fonseca Wamba e Hadyja Amedo Prippa Pallé (Fotos: Divulgação/PMF) **Clique para ampliar

Publicado em 16/11/2022

Como o corpo negro e indígena é visto e percebido na escola? Esse foi um dos questionamentos que levou a administradora escolar Juliane Nacari Magalhães e a professora de história Nailze Pazin a convidarem a professora de espanhol Janete Elenice a realizar um ensaio fotográfico com membros da Escola Beatriz de Souza Brito. Viraram modelos estudantes, familiares e funcionários que se se declaram pretos, pardos e indígenas para a exposição intitulada “Nossos corpos existem e resistem”

As fotos ficarão expostas durante todo mês em comemoração ao Dia da Consciência Negra, celebrado neste domingo, 20 de novembro, data atribuída à morte de Zumbi dos Palmares, um dos maiores líderes negros da resistência ao sistema escravocrata colonial implementado no Brasil.

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De acordo com a Secretaria Municipal de Educação, a produção do ensaio fotográfico é uma ação que tem o intuito de prestigiar a beleza negra e indígena e retratar em fotografias a diversidade e a existência das múltiplas identidades  da Escola Beatriz de Souza Brito. Além disso, abre espaço para debate sobre a ancestralidade afro-brasileira, oportunizando que crianças e adolescentes questionem padrões de beleza.  Assim sendo, sementes antirracistas estão sendo plantadas. 


Deuzanira Para de Oliveira - cozinheira da escola
 

Para Janete Elenice Jorge, uma apaixonada por fotografia, foi difícil selecionar algumas peças entre as 400 fotos produzidas. “É  impossível não ver a força e beleza contidas na diversidade das imagens”. A professora trabalha com educação de relações étnico-raciais (ERER) e fotografia desde 2015. Mas, segundo Janete, cada trabalho é uma experiência única e sempre a emociona”.

Ela salienta que como mulher branca e ciente dos privilégios de sua  branquitude, acredita ser de extrema importância falar de racismo.  “Um assunto que ainda hoje é abordado como um problema exclusivo das pessoas negras e indígenas.  É imprescindível discutir o privilégio branco e esse é o meu lugar de fala”. 


Estudantes Hadyja, Emanuelly Andrade Mendes e Fernanda Maria da Fonseca Pinheiro

 

Para o secretário de Educação, Maurício Fernandes Pereira, um dos efeitos mais perversos do racismo estrutural é naturalizar hierarquizações raciais. “Essas hierarquias se tornam invisíveis e, como tal, tendem a ser reproduzidas por nós sem que sequer nos darmos conta disso”.

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Ele afirma que a formulação de um padrão de beleza e do que é feio  não é natural.  “É preciso problematizar a construção histórica da imagem negativa da população negra e a fotografia é, sem dúvidas, um poderoso instrumento de problematização”. 


Thaira Antônia Prippa, mãe da estudante Hadyja, e Maria Laura Fonseca, mãe da estudante Fernanda

 

A luta é diária

A Escola Municipal Beatriz de Souza Brito trabalha a Educação para as Relações Étnico-Raciais durante todo o ano letivo com ações pedagógicas específicas para uma educação antirracista através do projeto “Ubuntu: eu sou porque nós somos” e do Grupo de Estudos Sankofa. 


O estudante 
Eliezer Jonas Fundanga Calipi e sua tia, Luiza Calipi 


Para a professora de história Nailze Pazin, que coordena o projeto e o grupo de estudos, “o preconceito racial cria um estigma, uma marca, uma relação perversa e negativa quanto a tudo o que diz respeito ao não branco, às suas formas de ser e de significar o mundo. Se desejamos uma sociedade com justiça social, é imperativo transformarmos nossas escolas em um território de equidade, acolhimento, respeito e afetividades”. 

Da redação

 

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