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Volta às aulas: bons hábitos garantem mais segurança

Foto: Reprodução

Publicado em 04/10/2020

Com a desaceleração dos casos de Covid-19 no Brasil, a retomada das aulas presenciais virou o assunto entre pais, professores e donos de escola por conta das incertezas e do risco eminente.  Não somente pela incerteza sobre o restante do ano letivo nem pela data da reabertura de escolas, as famílias temem contaminação das crianças e jovens.

Recente artigo publicado pela revista The Economist sugere que pessoas abaixo de 18 anos de idade têm menos risco de ser contaminado pelo coronavírus. E, até onde se sabe, apresentam menos complicações que adultos.

Enquanto as escolas se preparam para receber os estudantes com segurança, readaptando a infraestrutura física, definindo uma nova rotina de alimentação, como medir a temperatura na entrada e controlar o uso de máscaras, aos pais também cabe uma "lição de casa".

Pediatras são unânimes ao recomendar que os adultos ensinem as crianças a lavagem correta das mãos com sabonete - por 20 segundos, pelo menos -, monitorar se a criança tem algum mal-estar ou febre e manter uma alimentação saudável e equilibrada.

Microbiota

Segundo a pediatra Marise Tófoli, gastroenterologista e hepatologista pediátrica, presidente da Sociedade Goiana de Pediatria, é preciso se preocupar com a  microbiota (também conhecida como flora intestinal), imunidade e doenças infecciosas dos pequenos. "A pandemia pode ter conduzido a criança para alimentação mais regrada e saudável dentro de casa ou o contrário.  Se era uma criança que no berçário tinha acesso à comida menos industrializado e em casa pode estar consumindo menos alimentos saudáveis. Precisamos observar isso porque quando a criança retornar ao ambiente escolar, a alimentação pode mudar", explica a médica.

Marise alerta que a diarreia aguda é bastante frequente na infância e as crianças são acometidas com mais frequência nas escolas . "Além de garantir uma boa hidratação da criança, o uso de probióticos tem o seu papel para diminuir o tempo de diarreia e restaurar essa microbiota", detalha a especialista.

A dica para os pais neste momento é tirar dúvidas com a escola, saber como está o planejamento de retorno, como as medidas de segurança. Tão importante quanto isso é conversar com os filhos sobre esse retorno. "Os pais devem explicar a higienização das mãos, medidas de distanciamento. Esse diálogo deve ser uma extensão da casa, é um trabalho de educação em saúde", diz a médica.

"Importante que a criança leve sua garrafinha de água de casa, que o lanche esteja bem higienizado, como frutas. Orientar ainda que não troque lanche com os coleguinhas, nem empreste pertences pessoais para evitar não só coronavírus, mas também outros agentes infecciosos comuns na infância", destaca a pediatra.

Vacina em dia

A cobertura vacinal no país registrou queda durante a pandemia, por conta do isolamento social de longo prazo - iniciou em março. Mas é preciso manter as vacinas das crianças, como a do sarampo e de gripe, em dia. "O retorno às aulas é uma preocupação também em relação a outras infecções, como resfriados comuns e sarampo. A vacinação neste período foi aquém do ideal no Brasil todo. Além de cuidar da microbiota, temos que nos preocupar com o sistema imune", afirma Marise.


Da redação